Professores e funcionários da rede estadual de ensino do Mato Grosso do Sul realizaram protesto na manhã de ontem, em Três Lagoas. Vestidos de preto, com nariz de palhação, cartazes e faixas em punho, os trabalhadores protestavam contra o posicionamento do governo e as declarações que foram divulgadas na imprensa. A categoria caminhou até a Praça Ramez Tebet, onde distribuíram uma carta aberta à população.
A manifestação faz parte do cronograma de atividades elaborado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Três Lagoas (Sinted), por meio da Comissão de Greve, instituído ontem, em votação no sindicato.
Segundo o Sinted, cerca de 300 pessoas participaram da manifestação, que saiu da sede do sindicato com destino ao centro da cidade, passando por órgãos municipais e estaduais de Três Lagoas.
A presidente do Sinted, Maria Diogo, explicou que a manifestação é um protesto às declarações veiculadas da mídia do governo dizendo que o salário do professor no Estado é de R$ 5.561,90, e o indicativo de Azambuja de oferecer reajuste zero para os funcionários administrativos.
“O governo veio a público dizer que os professores ganham mais de R$5 mil, isso é uma mentira. Ele usou como base o salário de um profissional com 20 anos de carreira. O piso da rede estadual está em torno de R$2,600 e o professor com curso superior R$ 3.900 para uma jornada de 40 horas, ou seja, trabalhando em dois períodos”, informou Diogo.
Além da manifestação, os professores realizaram no período da tarde visitação e panfletagem no distrito de Arapuá e bairro Jupiá, onde estão localizadas as duas escolas que não aderiram à greve. Hoje, está prevista distribuição de panfletos nos semáforos da cidade.
Maria Diogo comentou que os trabalhadores “não vão sossegar” enquanto o governo não recebê-los e fazer uma nova proposta. “Ainda não recebemos proposta para conversar, e não aceitamos o reajuste zero para os funcionários do administrativo”. Em contrapartida, o governo informou ao Jornal do Povo que está aberto a negociações, não somente com os professores, e sim todos os servidores do estado.
De acordo com o governo do Estado, o governador está aberto a negociações, porém, é preciso ter responsabilidade para prometer algo que não se pode cumprir, algo fora da realidade econômica do país.
Em relação ao salário divulgado na imprensa, o governo ressaltou que esse valor é o recebimento em média dos professores com curso superior, que representam 99,67%. Enquanto a maioria dos estados brasileiros não recebe nem o piso nacional.
A presidente do Sinted se reúne nesta sexta-feira, na sede da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS), em Campo Grande, com todas as bases estaduais, para fazer um balanço dos três dias de greve, e quais medidas serão tomadas na próxima semana.
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