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Agronegócio

Embargo da União Europeia à carne de frango afeta dois frigoríficos em MS

Unidades da BRF, em Dourados, e da Bello Alimentos, em Itaquiraí, foram descredenciadas para exportar para países do bloco

Segundo União Europeia, Brasil tem deficiências no sistema de controle sobre esses frigoríficos - Reprodução/TVC
Segundo União Europeia, Brasil tem deficiências no sistema de controle sobre esses frigoríficos - Reprodução/TVC

A União Europeia (UE) anunciou, na quinta-feira (19), o descredenciamento de 20 frigoríficos brasileiros autorizados a vender carne de frango e outros produtos para os 28 países que compõem o bloco econômico. Ao todo, unidades de nove empresas foram afetadas, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em Mato Grosso do Sul, duas plantas tiveram as exportações suspensas: a unidade de Dourados da BRF e a Bello Alimentos, em Itaquiraí. A UE alega deficiências no sistema de controle do Brasil sobre esses frigoríficos.

A BRF é a empresa mais afetada pelo embargo. A gigante, que nasceu da fusão entre Sadia e Perdigão, vai deixar de fornecer carne de 12 unidades, no total. Em nota à imprensa, a companhia afirmou que o embargo não foi baseado em questões sanitárias, mas pautado em motivações políticas e de proteção. “Tal decisão não foi precedida por uma investigação dos fatos por parte das autoridades europeias, e a BRF não teve a chance de ser ouvida. Essa decisão evidencia uma barreira comercial, que não impacta apenas a BRF, mas a balança comercial brasileira, dada a expressiva contribuição da companhia no saldo positivo de exportações”, diz o comunicado. Nesta sexta-feira (20), funcionários de quatro frigoríficos foram colocados em férias coletivas de 30 dias em Capinzal (SC), Rio Verde (GO), Carambeí (PR) e Toledo (PR).

Com uma unidade em Aparecida do Taboado – não afetada pelo embargo – a Bello Alimentos emprega cerca de dois mil funcionários. Metade da produção é destinada à exportação. Um dos destinos é a Europa. Segundo a companhia, houve restrição a apenas um tipo de produto, o frango salgado, produzido na unidade de Itaquiraí. Em nota, a empresa lamentou a decisão da UE e afirmou que continua produzindo e exportando frango in natura para o mercado europeu.

O Brasil é o segundo maior produtor de carne de frango do planeta, com mais de 4,3 milhões de toneladas por ano, segundo a ABPA. A União Europeia é responsável por 7,3% do frango vendido pelo país ao exterior. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que o governo federal vai abrir painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) para recorrer da medida. “Se o Brasil pagar uma tarifa e mandar tudo como carne in natura, entra [na UE] sem nenhum problema. Então não é uma questão de saúde”, explicou.