O emprego industrial, que permanecia praticamente estável nos últimos três meses, recuou 0,6% em novembro com relação a outubro, a maior queda desde outubro de 2003 (-0,7%), informa nesta terça-feira (13) a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Desemprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o levantamento, na média móvel trimestral, o índice caiu -0,2% de outubro para novembro, interrompendo a trajetória de crescimento desde junho de 2008.
Já com relação a novembro de 2007, houve alta de 0,4%, menor acréscimo desde outubro de 2006 (0,3%). Com isso, os indicadores para períodos mais abrangentes mostraram crescimento, mas em menor ritmo do que nos meses anteriores.
No acumulado no ano, o índice de emprego industrial registrou 2,7% em setembro, 2,6% em outubro e 2,4% em novembro e, no acumulado nos últimos doze meses, o índice também desacelerou entre outubro (2,8%) e novembro (2,5%).
Setores e regiões
Na comparação com novembro de 2007, a taxa de 0,4% no pessoal ocupado foi influenciada pelo aumento em oito dos quatorze locais pesquisados. As regiões que mais influenciaram positivamente o índice, de acordo com o IBGE, foram Minas Gerais (2,9%) e São Paulo (0,7%), onde sobressaíram alimentos e bebidas (7,7%) e metalurgia básica (8,7%), no primeiro local, e meios de transporte (3,9%) e alimentos e bebidas (3,0%), no segundo.
No sentido contrário, ainda na mesma comparação, Santa Catarina (-2,8%) e Paraná (-1,6%), exerceram as pressões negativas mais relevantes, verificadas nos setores de vestuário (-14,8% e -19,0%, respectivamente) e de madeira (-11,2% e -16,6%).
Na pesquisa por setores, houve aumento do emprego em onze dos dezoito ramos pesquisados. Segundo o IBGE, as principais influências vieram de máquinas e equipamentos (6,3%), alimentos e bebidas (1,9%), minerais não-metálicos (7,5%), meios de transporte (4,1%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (4,9%).
Já os setores de vestuário (-9,8%), calçados e artigos de couro (-8,2%) e madeira (-9,9%) exerceram os principais impactos negativos na taxa.
Horas pagas
O número de horas pagas reduziu 1,7% em novembro na comparação com o outubro (já descontados os fatores sazonais). Segundo o IBGE, foi a maior queda em toda a série histórica iniciada em janeiro de 2001.
Com isso, o indicador de média móvel trimestral, que no mês anterior (-0,1%) interrompera uma trajetória de crescimento presente há quatro meses, intensificou o movimento de queda ao assinalar -0,5% entre outubro e novembro.
"As paralisações na produção e a concessão de férias coletivas não planejadas marcaram o setor industrial a partir de outubro, se ampliaram em novembro e estão na base da variação recorde", diz a pesquisa.
Na comparação com novembro de 2007, o número de horas pagas também recuou (-0,4%), interrompendo uma série de 29 meses de taxas positivas e registrou o menor resultado desde novembro de 2005 (-0,6%).