A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, reuniu-se nesta quarta-feira (17) com autoridades e empresários da Rússia, em Moscou, para falar sobre o fornecimento de fertilizantes para o Brasil. Todos garantiram que não vão deixar de cumprir os contratos de fornecimento de fertilizantes ao Brasil, com possibilidade de aumentar o volume de exportações.
"Tivemos aqui a garantia, tanto do governo russo quanto das empresas de fertilizantes, de que nós não teremos problemas com a entrega de fertilizantes, tanto de potássio quanto dos fosfatos", anunciou a ministra.
A ministra também esteve com o vice-presidente da produtora global de fertilizantes minerais complexos Acron, Vladimir Kantor, que garantiu o aumento de ao menos 10% das exportações de fertilizantes para o Brasil. Ele também informou sobre o prosseguimento das negociações para a aquisição da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-3), da Petrobras, em Três Lagoas.
A ministra Tereza Cristina ouviu do CEO da EuroChem, Vladimir Rashevskiy, planos de investimentos da empresa no Brasil para aumento da produção nacional de fertilizantes. A EuroChem é líder mundial na produção de fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos.
O objetivo da viagem da ministra é abrir negociação com os principais fornecedores de fertilizantes, produto essencial para a produção agropecuária que enfrenta restrições na oferta mundial.
PLANO
Em dezembro, o governo federal vai lançar o Plano Nacional de Fertilizantes. O objetivo é reduzir a dependência do Brasil de fornecedores internacionais. Atualmente, em média, cerca de 85% dos fertilizantes usados no Brasil são importados.
A meta do governo federal é reduzir a importação em torno de 60% com o plano que será lançado.
Para o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, o plano que será lançado pelo governo federal pode ser uma excelente oportunidade para venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), da Petrobras, em Três Lagoas. “ Temos mercado interno, dependência de Importação e um plano de fortalecimento da indústria no Brasil”, comentou.
O Plano prevê incentivos fiscais e tributários a fabricantes; mapeamento de áreas com reservas minerais a serem exploradas e exposição desses potenciais para a iniciativa privada; desburocratização de toda a cadeia de produção, abertura de linhas de crédito especiais para investidores do setor, entre outros benefícios.
Os incentivos previstos no plano, bem como a demanda brasileira pelo produto, são considerados fatores importantes para destravar a venda da UFN 3, que teve a obra paralisada em dezembro de 2014 após a Petrobras romper o contrato com o Consórcio responsável pela construção da fábrica que, na época, já havia consumido mais e R$ 3 bilhões.
A Petrobras colocou a UFN 3 à venda em setembro de 2017, alegando que não tinha mais interesse em seguir no seguimento de fertilizantes. A empresa Rússia manifestou interesse na compra da fábrica, mas de mas depois desistiu da compra diante do empecilho para o fornecimento do gás natural, que viria da Bolívia.