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Três Lagoas

Empresário defende bom preço e atendimento como fórmula para se manter

Flávio Garcia Pereira começou como funcionário e hoje é dono de cinco drogarias e uma farmácia de manipulação

Flávio Garcia Pereira começou como funcionário e hoje é dono de cinco drogarias e uma farmácia de manipulação - Elias Dias/JP
Flávio Garcia Pereira começou como funcionário e hoje é dono de cinco drogarias e uma farmácia de manipulação - Elias Dias/JP

Flávio Garcia Pereira está no mercado há 32 anos e entende que para manter um estabelecimento funcionando há tanto tempo é preciso ter bom atendimento, respeito ao cliente e bom preço. É com essa visão que o empresário, está no ramo farmacêutico. Ele começou com uma loja, hoje tem cinco drogarias e uma farmácia de manipulação em sociedade com os filhos. Nesta semana, Flávio conta um pouco da sua carreira e da sua história.

JP- Quanto tempo existe a drogaria Odeon em Três Lagoas, e quantas lojas existem na cidade?

Flávio- Estou em Três Lagoas desde 1.966. Sou de Inocência, mas vim para Três Lagoas criança ainda, e aqui fiquei. Há 32 anos, comecei com uma loja aqui ao lado deste prédio [na rua Monir Thomé], era uma drogaria menor, mas fomos trabalhando, comprei esse prédio aqui na esquina e consegui construir esse prédio, há dez anos.

JP- Mas, no ramo, o senhor já está um tempo maior ?

Flávio- Sim, comecei como funcionário, então no ramo, já estou há 43 anos.

JP- O que levou o senhor deixar de ser funcionário para abrir sua própria drogaria?

Flávio- A ambição, eu pensava em crescer, e hoje eu e meus filhos estamos com cinco drogarias e uma farmácia de manipulação.

JP- Com essa quantidade de lojas, podemos dizer que esse é um ramo bom para se investir?

Flávio- Olha, já foi um ramo bom. Dizer que é ruim, não, porque estou nele. É o que eu sei fazer, pois fiz isso a vida inteira. Mas, hoje não está tão fácil diante da concorrência, que é grade. Então, a gente tem que trabalhar no volume, pois a margem é pequena.

JP- Mas, diante dessa concorrência, qual o segredo para se manter no mercado há tanto tempo?

Flávio- Acho que, primeiro de tudo é respeito aos clientes, ter bom preço e bom atendimento, porque farmácia tem muito. Além disso, é preciso gostar do que faz e, eu e meus filhos gostamos do que fazemos, que é estar em contato com o público. Um dos motivos de termos aumentado o número de lojas é aumentar o poder de compra, pois um por cento que você ganhar de desconto, você pode repassar para o cliente. Não é fácil nos manter no mercado, sempre digo aos meus filhos que temos que ter os pés no chão e gastar o que tem, e nunca fazer compromisso que não possa pagar.

JP- Vocês têm uma estimativa de quantas drogarias existem em Três Lagoas e o porquê dessa concorrência?

Flávio- Não sei o número, mas acho que umas cem farmácias, e todo mundo corre atrás dos seus interesses. Todo mundo tem que trabalhar, e ficam procurando ramo, daí vê que uma pessoa que tem farmácia e está bem, resolve abrir uma também.

JP- Quantas pessoas as drogarias Odeon empregam em Três Lagoas?

Flávio- Cerca de cem pessoas, tem muitas pessoas que depende da gente também, e esse é mais um dos motivos para ficarmos no mercado.

JP- E diante do atual cenário econômico que o país atravessa, está difícil manter uma drogaria?

Flávio- Com certeza, se fosse para eu abrir uma loja hoje não abriria, porque o investimento é alto e o lucro é pouco. Antigamente o lucro era maior, mas atualmente vem estreitando cada vez mais. Além disso, hoje os impostos dos medicamentos são todos antecipados. Chegou a duplicata, o imposto já está embutido. Então, se vencer, eu perco o medicamento e o imposto. Por isso, a gente tem que saber trabalhar e comprar, porque se não vender perde o medicamento.

JP- E as drogarias Odeon, têm clientes fiéis?

Flávio- Sim, temos muitos clientes. Tenho uma amizade muito grande, praticamente fui criado aqui na cidade e isso conta muito, mas é lógico que temos que fazer a nossa parte que é atender bem o cliente.

JP- Ainda existem aqueles clientes que procuram os farmacêuticos, como se eles fossem médicos?

Flávio- Tem um pouco ainda, mas mudou bastante, antigamente era mais. Mas ainda temos clientes que vão ao médico e depois nos procuram querendo ouvir o farmacêutico sobre determinada medicação.

JP- E nos últimos anos houve muitas mudanças no ramo?

Flávio- Sim, mas é lei e temos que aceitar e cumprir. Fica mais difícil, às vezes o cliente é amigo da gente e quer comprar determinado remédio sem a receita, mas não podemos vender, é lei. Nos últimos anos criaram mais impostos sobre o que vendemos, como ICMS antecipado, antes não pagávamos quando vendíamos. A carga tributária do país é muito grande, maior, inclusive do que o lucro.

JP- Qual a análise que o senhor de Três Lagoas ?

Flávio- A melhor possível, Três Lagoas é uma cidade que me acolheu. É importante que se diga que o atual cenário econômico não é problema só de Três Lagoas, mas do país, que atravessa uma situação muito difícil. Amo Três Lagoas e pretende ficar aqui até o apagar das luzes. Só tenho a agradecer meus clientes pela confiança e preferência. Sempre falo para os meus funcionários que eu não sou patrão deles, e que os patrões deles são os clientes, que são meus patrões também.

JP-  O senhor é farmacêutico?

Flávio- Sim, eu e meu filho somos formados e tenho mais um que fez direito e agora está fazendo o curso de farmácia também.