A Petrobras deu mais um passo importante para a venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN 3), em Três Lagoas. Nesta semana, a estatal informou que os potenciais compradores receberam detalhes do processo de venda da fábrica e realizaram as diligências necessárias para apresentação das propostas de compra do empreendimento.
De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, essa é uma etapa relevante no processo de venda da fábrica, pois trata-se da fase vinculante, quando as empresas apresentam a proposta financeira para a compra do empreendimento. “Essa é uma fase importante dentro do cronograma que foi estabelecido pelo governo com a Petrobras para a venda da UFN. Na ocasião, fizemos solicitações importantes as quais foram incorporadas ao projeto, como favorecimento da venda de gás estar incorporada a compra e conclusão da fábrica”, destacou Verruck.
Ainda de acordo com o secretário, a partir de agora, as empresas têm acesso a outras informações do processo de venda da fábrica que são repassadas apenas para as que foram credenciadas e habilitadas dentro dos critérios do edital de licitação.
Para participar do processo, por exemplo, o potencial comprador deve atender os seguintes critérios: patrimônio líquido superior a US$ 300 milhões; receita líquida igual ou superior à US$ 750 milhões ou caso seja player financeiro, possuir ativos sob gestão (AuM) superior a US$ 300 milhões.
Segundo Verruck, as empresas já vistoriaram as obras e, agora, vão apresentar as propostas financeiras. A previsão, de acordo com o secretário, é que esse processo de venda esteja concluído em novembro com a definição da empresa compradora. “Essas empresas já nos procuraram para fazer uma avaliação tanto da transferência dos incentivos fiscais e também da avaliação ambiental de como estão os processos de licenciamentos”, destacou o secretário.
GRUPOS
Segundo apurado pela reportagem, a UFN 3 já teria atraído o interesse da gigante europeia de nutrientes agrícolas Yara International e da fabricante russa de fertilizantes EuroChem. Além dos grupos internacionais, empresas brasileiras como a CSN (CSNA3) e Unigel também têm interesse no ativo da Petrobras.
O processo de venda da UFN 3 foi retomado no final de maio deste ano, após fracassar a negociação com o grupo russo Acron. Na época, a Petrobras disse que o plano de negócios proposto impossibilitaria as aprovações governamentais para a transação, já que o requisito mínimo exigido do comprador é o compromisso de concluir as obras de construção da fábrica. A Acron tinha um plano para fazer apenas uma misturadora na estrutura da fábrica e não produzir nitrogenados.
A UFN 3 foi projetada para produzir 1,2 milhão de toneladas de ureia e 761.000 toneladas de amônia por ano. As obras de construção da UFN 3, iniciadas em 2011, foram paralisadas em dezembro de 2014, com avanço físico de cerca de 81%, até a Petrobras romper o contrato com o Consórcio UFN 3. Em 2017, a estatal informou que não tinha interesse no segmento de fertilizantes e colocou não só a UFN 3, mas também a fábrica de Araucária, no Paraná, à venda.