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Endividamento de consumidor tem novo recuo em Campo Grande

O cartão de crédito continua na liderança absoluta como principal fonte do comprometimento

Para economista redução se deve a retração no consumo - Marcello Cassal Jr/Agência Brasil
Para economista redução se deve a retração no consumo - Marcello Cassal Jr/Agência Brasil

Pela segunda vez consecutiva, o índice de endividadas das famílias apresenta queda em Campo Grande. Os números são da Pesquisa de Endividamentos e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com o levantamento o índice de endividados caiu de 59,4% em abril, para 58,3% no mês de maio.

De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS (IPF-MS), Regiane Dedé de Oliveira esta redução é justificada pela retração no consumo.

“Nós temos o índice de consumo das famílias que também vem diminuindo no decorrer dos meses e isso acaba refletindo no endividamento, porque as pessoas estão comprando menos, inclusive a prazo. Então o consumidor está mais comedido, com a redução do poder de compra que aconteceu nos últimos meses; e também por conta da taxa de juros que acaba encarecendo quando o consumidor vai comprar a prazo, por exemplo, quando ele vai fazer um financiamento e isso acaba retraindo a questão do consumo”.

No ranking do endividamento, o cartão de crédito continua na liderança absoluta como principal fonte do comprometimento dos campo-grandenses (70,1%), seguido pelos carnês (17,4%). Na sequência aparecem o crédito pessoal (11%), financiamento de carro (9,3%) e financiamento de casa (8,4%). Para a economista mais alarmante do que o endividamento é aumento de no número de pessoas que não conseguem pagar as contas em dia.

“O mais preocupante que o endividamento é quando o consumidor deixa de pagar em dia e esse índice aumentou um pouco. Então o consumidor precisa colocar a casa em ordem, não deixar as parcelas atrasar, porque têm incidência de multa e juros e acaba se tornando mais difícil quando há um acúmulo de parcelas em atraso”.

Entre os endividados, 28,8% estão com contas em atraso; e 11,5% não terão condições de pagar as dívidas. Em números absolutos, são 187.761 famílias endividadas em maio, seja com cartões de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, carnês de lojas, financiamento de carro ou casa.

Outro dado apontado é de que 40% das famílias não terão condições de pagar as contas em atraso. Aqueles com renda de até ganha até 10 salários mínimos, o índice é maior, 45,3%. “Isso demonstra o impacto do endividamento e dos juros elevados no orçamento das famílias de menor renda", resumiu a economista.