A conta de luz vai subir mais uma vez. A previsão é que a alta seja de 20%, informou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O motivo do reajuste é a escassez de chuvas nas regiões das principais bacias hidrográficas do país. Com isso, a produção de energia hidrelétrica é interrompida e o sistema elétrico nacional passa a ativar outros tipos de geração de energia, que pesam no bolso do consumidor brasileiro.
O sistema de bandeira tarifária vigente já está no mais alto. A bandeira vermelha patamar dois, cobra R$ 6,24 a mais na conta de luz para cada 100 quilowatts hora consumidos. De acordo com a Aneel, será preciso um novo patamar já que a dívida do sistema ultrapassa um bilhão e meio de reais.
GÁS
O preço do gás de cozinha também vai ficar mais caro e pode chegar a R$ 100, em Três Lagoas. Nesta semana entrou em vigor novo reajuste anunciado pela Petrobras. O aumento é de R$ 3,40 por kg nas distribuidoras, 5,9% acima do valor anterior. Esse é quinto reajuste anunciado neste ano.
Com isso, em Três Lagoas, o botijão de 13 kg que custa, em média, R$ 93 para entrega, pode chegar a quase R$ 100. Em algumas cidades do Estado, o botijão já ultrapassou os R$ 100.
INFLAÇÃO
Os reajustes são reflexos da inflação que ficou em 0,83% em maio, 0,52 ponto percentual acima da taxa de 0,31% registrada em abril, conforme divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Marçal Rogério Rizzo, economista e professor da UFMS de Três Lagoas, a inflação pode ser definida como um aumento continuado no nível geral de preços. Já foi a grande vilã da economia, principalmente nos anos de 1970, 1980 e parte de 1990. É algo tão nocivo que ganhou como mascote a figura de um dragão expelindo fogo.
“Para dar volume a afirmação, de julho de 1974 a julho de 1994, mês do lançamento do Plano Real (em 20 anos) tivemos uma inflação de 101.240.982.237.321% (cento e um trilhões e duzentos e quarenta bilhões por cento). Chegamos a viver 80% de inflação em um mês. Isso mostra que temos que estar atentos diante da elevação dos preços dos últimos meses. A inflação não é boa para ninguém, mas quem mais sofre com ela são os assalariados que não conseguem obter correções de seus rendimentos, dessa forma tem seu poder de compra corroído e isso obriga a consumirem menos”, explica o economista.
Marçal ressalta que para entender a inflação, é preciso compreender suas principais causas. Boa parte dos aumentos que estamos vivenciando, segundo ele, são fruto da elevação do dólar que estimula as exportações, aumentando a demanda e elevando os preços dos alimentos no mercado interno.
Outro ponto é que, tudo que for importado com a alta do dólar ficou mais caro para os brasileiros. “Ainda temos a elevação dos preços dos combustíveis, que quando analisamos as cadeias produtivas, verificamos que os combustíveis e seus derivados compõem parte considerável dos custos. É uma corrente, já que eleva os preços dos combustíveis e derivados eleva-se os custos e repassa para os preços dos produtos.
Para fechar a “tempestade perfeita” virá agora a crise hídrica que também repercutira no aumento da energia elétrica, ou seja, elevará os custos e preços de produtos e a conta da energia das residências. O Brasil vive um momento complexo de sua economia, que merece atenção redobrada: Inflação com alto desemprego”, alerta.