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Energia gerada 'em casa' pode ser usada no sistema elétrico nacional

Nova regra favorece fabricantes de equipamentos

Técnico instala placas fotovoltaicas em telhado para alimentação de casa
Técnico instala placas fotovoltaicas em telhado para alimentação de casa

Uma ação articulada do governo federal com as administrações estaduais pode fazer deslanchar a geração de energia elétrica microdistribuída — aquela produzida por unidades residenciais ou empresariais utilizando principalmente placas solares e incorporada às linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional. O ponto-chave desse acordo informal é a desoneração tributária incidente sobre equipamentos produzidos dentro e fora do país, hoje em torno de 21% dependendo do Estado de origem.

Com a redução de impostos e contribuições, é previsível o aumento da geração e o barateamento do custo da energia para produtores em pequena escala, como empresas e pessoas físicas.

Um dos imensos atrativos da fonte solar é a possibilidade de todos gerarem energia elétrica. Só em 2012, no entanto, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) permitiu aos brasileiros escolherem entre serem apenas consumidores cativos ou gerarem sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis, entregando o excedente da produção à rede de distribuição de sua cidade.

Ocorre que a maior parte dos Estados ainda cobram Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a energia gerada pelo produtor e injetada na rede. A exceção é Minas Gerais, onde o produtor só paga pela energia líquida consumida, ou seja, a diferença entre o que compra da distribuidora e o volume de energia própria lançado na rede da distribuidora.

Esse é um incentivo imprescindível na opinião do consultor legislativo do Senado, Rutelly Marques da Silva. A expectativa é de que, com o crescimento da geração distribuída, seja cada vez menor a necessidade de investimentos em expansão dos sistemas de transmissão e distribuição, com redução do impacto ambiental, da carga nas redes e das perdas técnicas.

Para que a isenção seja ampliada, basta os demais estados valerem-se da decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que  no dia 27 de abril liberou as isenções previstas num convênio firmado entre  São Paulo, Goiás e Pernambuco. Da parte do governo federal, o ministro das Minas de Energia, Eduardo Braga, anunciou na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que, em contrapartida à decisão do Confaz, a microgeração distribuída poderá ficar livre do PIS-Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Oficial (Cofins).

Como a energia solar ainda é mais cara que as outras, Rutelly Silva sugere também que a divisão dos fundos de participação dos estados e municípios considere o investimento dos entes federados em usinas fotovoltaicas e a União destine recursos para pesquisa e desenvolvimento dessa tecnologia.