Trinta e uma empresas estão interessadas em desenvolver estudos técnicos para identificar a viabilidade ou não para se explorar concessão da BR-262, no trecho entre Três Lagoas a Campo Grande. O Ministério dos Transportes ainda está avaliando a documentação recebida destas empresas e a que for escolhida deverá apresentar o estudo concluído em 180 dias. Os estudos serão analisados pelo Ministério e, se aprovados, constarão do projeto da concessão, que resultará na elaboração de edital de leilão, previsto para acontecer em 2016.
Os custos destes estudos serão ressarcidos após a realização do leilão. Além da BR-262, mais 10 trechos de rodovias serão concessionadas no país. Segundo o Ministério dos Transportes, ao todo, 49 empresas manifestaram interesse em elaborar os estudos para essas concessões. Desse total, 31 pretende fazer o estudo na BR-262 em Mato Grosso do Sul, e 28 na BR-267 também no Estado, que liga Nova Alvorada da Sul até Presidente Epitácio (SP).
O objetivo do governo federal é duplicar o trecho dessas rodovias e melhorar o escoamento da produção. A concessão desses 11 trechos de rodovias foi incluída na nova etapa do Programa de Investimento em Logística, anunciado pela presidente Dilma Rousseff em 9 de junho, que prevê investimentos na ordem de R$ 198,4 bilhões, entre 2015 e 2018.
Essa segunda fase do programa dará continuidade ao processo de modernização da infraestrutura de transportes do país, iniciado em 2012 com a primeira etapa de concessões. Essa é uma das principais estratégias do governo federal para promover a retomada do crescimento da economia do país.
Segundo o engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), de Três Lagoas, Milton Rocha Marinho, esse programa do governo federal é interessante, no entanto, não acredita na possibilidade da BR-262 ser duplicada imediatamente após o leilão. Marinho comentou que o fluxo de veículos nesta rodovia é considerado baixo para o valor do investimento previsto no programa do governo federal.
Todavia, Marinho, explicou que o programa é viável, já que não prevê que a empresa vencedora do leilão, faça a duplicação imediatamente. “É o chamado modelo gatilho, a empresa vai investindo conforme aumenta o tráfego de veículos. Nesta condição, pode ser viável”, comentou Marinho. O estudo técnico e de viabilidade é que indicará se será viável ou não a concessão dessas rodovias. Segundo Marinho, vários estudos já foram realizados por empresas com outras finalidades, mas os últimos que tem em mãos apontam que a BR-262 possui um fluxo de aproximadamente três mil veículos/ dia. “Para a BR- 262 receber todos os investimentos previstos e ser duplicada em curto espaço de tempo, seria necessário um fluxo de oito mil veículos por dia” acrescentou Marinho