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Exportação estadual de industrializados já acumula queda de 21,3% no ano

No caso do grupo “Papel e Celulose”, a receita totalizou US$ 516,2 milhões, indicando queda de 4,5% sobre igual período de 2014

Em comparação ao mesmo período de 2014, queda das receitas foi de US$ 428 milhões - Divulgação/Fiems
Em comparação ao mesmo período de 2014, queda das receitas foi de US$ 428 milhões - Divulgação/Fiems

A receita com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul já acumula queda de 21,3% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, diminuindo de US$ 1,81 bilhão para US$ 1,42 bilhão, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. A redução nas vendas para o exterior foi motivada pelas quedas nos grupos “Extrativo Mineral”, “Complexo Frigorífico”, “Óleos vegetais”, “Couros e Peles” e “Papel e Celulose”, que proporcionaram, no comparativo com igual período de 2014, diminuição das receitas no total de US$ 428 milhões.

Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, quanto à participação relativa do setor industrial sobre tudo o que foi exportado por Mato Grosso do Sul no acumulado do ano chegou a 60%. “Com receita equivalente a US$ 253,8 milhões, junho de 2015, registrou o segundo pior resultado para o mês dos últimos cinco anos da série histórica da exportação de produtos industriais de Mato Grosso do Sul, reforçando o quadro de forte desaceleração das vendas externas de Mato Grosso do Sul em 2015”, pontuou.

Detalhamento

No período de janeiro a junho, 97,9% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior ficou concentrada, basicamente, em sete grupos: “Papel e Celulose”, “Complexo Frigorífico”, “Açúcar e Etanol”, “Extrativo Mineral”, “Óleos Vegetais”, “Couros e Peles” e “Alimentos e Bebidas”. No caso do grupo “Papel e Celulose”, a receita totalizou US$ 516,2 milhões, indicando queda de 4,5% sobre igual período de 2014, quando as vendas foram de US$ 540,7 milhões. O resultado verificado teve como principal influência a diminuição das aquisições em importantes mercados compradores da celulose sul-mato-grossense, com destaque para a Holanda, Estados Unidos e Coreia do Sul, que, somados, compraram US$ 52,1 milhões a menos, quando comparado com igual período do ano passado.

No “Complexo Frigorífico”, a receita de exportação de janeiro a junho de 2015 alcançou o equivalente a US$ 423,7 milhões, apontando queda de 27,5% sobre igual período do ano anterior, quando a receita havia sido de US$ 584,7 milhões. A redução observada se deu, principalmente, por conta da forte diminuição das compras em importantes mercados para as carnes de Mato Grosso do Sul, com maior peso para a Rússia, que sozinha foi responsável por uma redução superior a US$ 142,7 milhões, enquanto na sequência estão Hong Kong, Venezuela, Arábia Saudita, Holanda, Japão e Chile.

Outros grupos

Já no grupo “Açúcar e Etanol” a receita de exportação de janeiro a junho de 2015 alcançou o equivalente a US$ 177,7 milhões, crescimento nominal de 37,3% sobre igual período do ano passado, quando as vendas foram de US$ 129,4 milhões. A elevação verificada se deu em função do forte crescimento no volume comercializado de “Outros açúcares de cana”, aumento de 61% ou quase 200 mil toneladas a mais que igual período do ano passado, tendo como os principais compradores até o momento Rússia, Bangladesh, China, Argélia, Índia e Nigéria.

Quanto ao grupo “Extrativo Mineral” a receita de exportação de janeiro a junho de 2015 alcançou o equivalente a US$ 99,7 milhões, indicando recuo de 62% sobre igual período de 2014, quando as vendas foram de US$ 262 milhões. Resultado fortemente influenciado pela queda de 57% observada no preço médio da tonelada do minério de ferro e, por fim, os minérios exportados por Mato Grosso do Sul tiveram a Argentina como principal destino com 98,6% do total ou US$ 98,3 milhões. No grupo “Couros e Peles”, a receita de exportação foi de US$ 65,2 milhões, indicando queda de 38,3% sobre o mesmo intervalo de 2014, quando as vendas foram de US$ 105,6 milhões. A queda verificada foi influenciada, basicamente, pela redução das compras efetuadas pela China, Itália, Hong Kong e Tailândia que, somados, proporcionaram receita inferior em US$ 34,8 milhões.

Já o grupo “Óleos Vegetais” fechou o período de janeiro a junho de 2015 com receita equivalente a US$ 105,8 milhões, apontando queda de 27,7% sobre o mesmo intervalo de 2014, quando as vendas foram de US$ 146,3 milhões. O desempenho foi fortemente influenciado pela queda de 57% nas compras realizadas pela Tailândia e Holanda, sendo que os dois países eram os principais destinos das vendas de Mato Grosso do Sul, com participação equivalente a 65,0%. Por fim, o grupo “Alimentos e Bebidas” fechou o intervalo de janeiro a junho de 2015 com receita equivalente a US$ 10,8 milhões, uma redução de 23,4% na comparação com igual período de 2014, quando as receitas foram de US$ 14,1 milhões. A queda foi influenciada, basicamente, pela redução das compras em importantes mercados como Bolívia e Alemanha que, somados, proporcionaram receita inferior em US$ 8,43 milhões.