Declarações do engenheiro agrônomo Ireno Golin sobre a instalação de uma fábrica de papel e celulose em Ribas do Rio Pardo, com início previsto para este ano e investimento próximo de R$ 5 bilhões, gerou grande expectativa na cidade e reações nem tanto positivas entre empresários do setor. A Reflore, associação sul-mato-grossense dos produtores e consumidores de florestas plantadas, disse que o projeto está em fase de estudos.
As declarações de Golin foram dadas em entrevista ao jornalista Éder Campos, durante o programa “CBN Agro”, da rádio CBN Campo Grande, no sábado, dia 23 de fevereiro.
O executivo da Reflore, Júnior Ramires, disse dois dias depois que “existe é uma grande possibilidade de Ribas do Rio Pardo ter uma fábrica, mas há variáveis que precisam ser consideradas”, como a formação do capital e a composição da sociedade do negócio. “Não podemos afirmar [que o projeto existe] com veemência, porque instalar uma fábrica assim não é tão simples como ir daqui para ali. É necessário, antes, saber se existe demanda [por papel e celulose] e se tem para quem vender. Uma decisão assim leva anos de estudo e avaliação”, afirmou.
A entrevista tomou grande proporção, principalmente no município que aguarda geradores de desenvolvimento local e foi republicada em sites de notícias, além de comentada por leitores em redes sociais, que afirmaram aguardar uma indústria capaz de gerar emprego e renda à população e ao produtor rural através da matriz produtiva.
Veículos de comunicação do Estado, que repercutiram a entrevista, lembraram que Ribas do Rio Pardo (MS) vive a expectativa da chegada da indústria, desde quando foi anunciada pelo então governador André Puccinelli, em 8 de outubro de 2013, em São Paulo (SP). Passados quase seis anos, a cidade continua aguardando a confirmação da notícia.
FLORESTAS
O Estado é hoje um expoente nacional em florestas plantadas por possuir condições climáticas, solo favorável e área de plantio disponível – fatores que despertam interesse em indústrias e investidores. “Vários segmentos industriais, não apenas de celulose, mas outros setores que utilizam a floresta plantada têm interesses no Estado”, disse Ramires.
Atualmente, Mato Grosso do Sul possui 1,1 milhão de hectares de florestas plantadas com eucalipto.