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Crédito

FCO reserva R$ 50 milhões para apoiar empresas do Estado em meio a crise

BB mantem todas as linhas de crédito e abre novas oportunidades para apoiar a atividade econômica e preservar empregos

O Banco do Brasil está atuando em várias frentes junto aos seus clientes, com alternativas para a superação de problemas criados a partir das restrições às atividades empresariais adotadas no combate à pandemia do novo coronavírus. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, o banco disponibiliza, além das linhas de crédito que tradicionalmente oferece, recursos do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO) da ordem de R$ 50 milhões para empréstimos destinados ao capital de giro e folha de pagamento das empresas. 
O superintende e do BB em Mato Grosso do Sul, Sandro Jacobsen Grando, em entrevista concedida à Rádio CBN Campo Grande, detalhou as várias estratégias de apoio do banco a seus clientes, dos mais diferentes setores e de diferentes portes, de pequenos a grandes empresários e empreendedores individuais. Segundo ele, o banco foi o primeiro a oferecer vantagens como o adiamento de parcelas de financiamento, e vai discutir com seus clientes alternativas para o enfrentamento das dificuldades, sempre discutindo caso a caso. “O empréstimo tem que vir na medida certa. Se for pequeno, não resolve o problema, e se for grande, só aumenta a dificuldade”, afirmou ele aos jornalistas Ginez César e Ingrid Rocha. A seguir os principais trechos da entrevista.

Qual o papel que está sendo desempenhado pelo Banco do Brasil neste momento de dificuldades no apoio aos empresários e no incentivo às atividades econômicas?
SANDRO
O Banco do Brasil está atuando em todas as suas frentes. É bom frisar que o BB não fechou e não mudou nenhuma das suas linhas de crédito. Todas elas continuam funcionando normalmente à disposição de nossos clientes. No âmbito do Governo, o Banco do Brasil tem contribuído apresentando alternativas de soluções que estão sendo estudadas e podem resultar, ou não em novas propostas. Neste momento, além de linhas que estão sendo abertas pelo Banco Central e que estarão disponíveis mais adiante, tudo continua funcionando normalmente. O Banco do Brasil continua sendo o grande parceiro do setor empresarial.

Que medidas o Banco já tomou para apoiar seus clientes empresários?
SANDRO
O Banco do Brasil tem sido proativo nesses momentos de dificuldade. Já providenciamos, por exemplo, a prorrogação de duas parcelas do FCO, para ajudar no enfrentamento imediato das dificuldades dos clientes que têm esse financiamento e abrimos também a possibilidade de adiamento de parcelas de financiamento habitacional. E, se houver alguma necessidade, podemos estudar outras medidas, junto aos clientes.

Essas medidas são automáticas, ou dependem da manifestação dos clientes?
SANDRO
Qualquer medida dependerá sempre da manifestação do cliente. Colocamos a vantagem à disposição dele, mas ele precisa dizer que deseja usá-la. Isso em função até das características de cada empresário, ou de cada segmento. Alguns, por exemplo, preferem manter em dia as parcelas. Nem todos os clientes que tem FCO por exemplo querem fazer uso do adiamento. O empresário decide o que é melhor para ele.

O Banco do Brasil oferece alternativas também para os pequenos e médios empresários, principalmente para aqueles que já vinham passando por alguma dificuldade?
SANDRO
Estamos trabalhando em todos os setores e, nesse aspecto, temos atuando também junto com o Governo do Estado numa ação muito forte para apoiar as empresas neste momento. Separamos, por exemplo, R$ 50 milhões dos recursos do FCO para financiar o pagamento de salários e oferecer capital de giro, para compra de matéria prima. São recursos do FCO que dependem agora das propostas que serão analisadas antes de serem liberadas. Na primeira semana, recebemos propostas e consultas da ordem de R$ 20 milhões. São recursos, convém ressaltar, que serão liberados com base nas regras e limitações do FCO e do Banco do Brasil.

E no caso dos micro e pequenos empreendedores?
SANDRO
Como são recursos que têm regras específicas e dependem de um projeto que demonstre a capacidade de pagamento do interessado, nestes casos quem tem oferecido apoio importante aos micro e pequenos é o Sebrae. Ele os ajuda a verificar qual a capacidade de pagamento indicando assim a melhor alternativa. O empréstimo tem que vir na medida certa. Se for pequeno, não resolve o problema. Se for muito grande, só complica.  Além disso, continuamos operando com as nossas linhas de crédito normais relativas à capital de giro e antecipação de recebíveis. O Banco do Brasil continua trazendo recursos ao Estado e colocando à disposição dos empresários.

Existem ainda outras medidas que o Banco está adotando que podem significar ajuda para os empresários e para os clientes em geral?
SANDRO
O Banco do Brasil está atuando no apoio tanto às pessoas jurídicas, como também atendendo pessoas físicas. Estamos procurando atender todos os clientes em todos os setores. Uma das medidas, por exemplo, é a possibilidade de uma carência por até 180 dias para os empréstimos consignados dos servidores públicos. Além disso, existe também a possibilidade de repactuação dos financiamentos imobiliários. Como disse, dependendo da manifestação de vontade do cliente.

E para quem já está em dificuldade, quem já tem um atraso, por exemplo?
SANDRO
Quem já tem algum problema, podemos analisar também caso a caso. Nossos gerentes estão orientados nesse sentido. O interessado deve procurar o banco, pois teremos sempre uma alternativa para apoiá-lo dentro das regras estabelecidas. No caso dos consignados, por exemplo, pode ser feita uma repactuação com base nas regras atuais, dependendo do caso. Principalmente nesses dois casos, vamos sempre ter a possibilidade de analisar caso a caso.

Quantos aos juros do FCO que estão mudando. Como devem ficar as taxas?
SANDRO
O Banco Central baixou novas medidas que preveem financiamento para capital de giro de até R$ 100 mil reais com taxas de juros de 2,5% ao ano. Essa decisão está sendo implementada pelo banco. Ainda está em análise para o estabelecimento de normais. Tão logo isso esteja resolvido, estará à disposição. Por enquanto, no FCO giro, voltado para o apoio às empresas, os financiamentos são oferecidos a juros de 1% ao mês, que é a regra atual, antes da nova resolução do Bacen. Não é demais lembrar que se trata de financiamento do FCO a ser concedido com base nas regras do FCO para capital de giro (compra de matéria prima e folha de pagamento) até o limite de R$ 1,2 milhão para as empresas, neste último caso.

O Banco do Brasil começou também a pagar, a partir desta semana, os benefícios para os setores menos assistidos da população. Qual a expectativa de funcionamento das agências?
SANDRO
 Estamos disponibilizando os recursos para os nossos correntistas neste primeiro momento. Mas queremos ressaltar que não há motivo para aglomeração nas agências. Os terminas, os postos de atendimento e os cartões podem ser utilizados, sem a necessidade de procurar a agência. Temos notado que cerca de 80% das pessoas que procuram a agência poderiam ter suas dúvidas tiradas pela internet, ou por meio dos aplicativos. Mesmo os mais idosos, que têm dificuldade, antes de procurar a agência, procurem ajuda ou informações junto a familiares ou amigos. Evitem ao máximo procurarem as agências. O Banco do Brasil quer atender a todos, mas temos que nos lembrar que temos um problema de saúde, uma pandemia. É importante eu todos fiquem em casa e só procurem a agência em último caso. Vamos evitar aglomerações.