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Fibria encaminha projeto de expansão para conselho de administração

Companhia encaminhou projeto de R$ 8 bilhões para análise do Conselho de Administração

Atualmente, a Fibria produz 1,3 milhão de toneladas de celulose por ano - Arquivo
Atualmente, a Fibria produz 1,3 milhão de toneladas de celulose por ano - Arquivo

A Fibria pode definir, em breve, se vai ampliar ou não a fábrica de celulose em Três Lagoas. A empresa confirmou ao Jornal do Povo, que já encaminhou para apreciação do Conselho de Administração o projeto, orçado em R$ 8 bilhões, que irá mais do que dobrar o tamanho da fábrica e sua produção instalada no município. Em razão do atual momento econômico do país, especulava-se de que a companhia só iria encaminhar o projeto a partir de junho, mas os conselheiros podem decidir pela ampliação ainda neste semestre.

Desde o ano passado, a Fibria vem prorrogando o anúncio de quando irá instalar a segunda linha de produção em Três Lagoas. A companhia havia dito que esta decisão seria tomada em 2014, quando em junho, levaria ao Conselho de Administração a proposta para duplicar a capacidade de produção da fábrica de celulose, o que não aconteceu. Depois informou que a decisão seria tomada ainda no segundo semestre de 2014.  E, por último, disse que a decisão ficaria para o primeiro trimestre de 2015.  

No mês passado, o presidente da Fibria, Marcelo Castelli, durante a reunião com o governador Reinaldo Azambuja, em Campo Grande, reafirmou que a empresa mantém o posicionamento de expandir a fábrica em Três Lagoas, no entanto, aguarda o parecer do Conselho de Administração. Para Castelli, o encontro com o governador do Estado serviu para conhecer as características de gestão do novo governo e apresentar os planos da empresa para o Estado.

O governador Reinaldo Azambuja, inclusive esteve no Rio de Janeiro, onde conversou com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, sobre o segmento da celulose e papel em Mato Grosso do Sul. Segundo o governador, a ampliação do setor foi apresentada como prioridade pelo presidente do BNDES.

Com a ampliação da fábrica, a nova linha da Fibria poderá produzir até 1,75 milhão de toneladas anualmente, consolidando Três Lagoas como a maior unidade da empresa. Atualmente a Fibria produz 1,3 milhão de toneladas de celulose por ano no município. Três Lagoas, segundo o presidente da Fibria, já é o menor custo de produção da empresa e a segunda linha será ainda mais competitiva. A ideia da companhia é de que a segundo unidade da Fibria em Três Lagoas entre em operação no fim de 2017.

Fontes ouvidas pelo Valor Econômico que circulou ontem, confirmaram que a companhia tem se movimentando bastante junto a fornecedores de equipamentos. No front financeiro, porém, segundo o Jornal, ainda não há informações públicas sobre como será financiado o projeto, que corresponde à primeira expansão da Fibria desde sua constituição, a partir da união dos ativos da Votorantim Celulose e Papel (VCP) e da Aracruz, em 2009. De lá para cá, a companhia esteve focada na redução do endividamento, reconquista do grau de investimento, o que já ocorreu, e desalavancagem financeira.

ELDORADO

Assim como a Fibria, a Eldorado Brasil, também está em busca de estruturação de capital para expansão de sua fábrica. Juntos os projetos de expansão das duas fábricas de celulose em Três Lagoas adicionarão quatro milhões de toneladas por ano da matéria-prima em um mercado que cresce, anualmente, algo em torno de 1,5 milhão de toneladas.  

A Eldorado Brasil pretende investir cerca de R$ 11bilhões para implantar a sua segundo linha de produção de celulose em Três Lagoas. O montante é superior aos R$ 8 bilhões, investidos na linha atual. Mas, empresa aguarda estruturação de capital para expandir fábrica de celulose. A direção da companhia indicou que pretende concluir no segundo semestre as negociações com fornecedores, bem como o projeto financeiro que mira o capital de investidores asiáticos e árabes.