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Três Lagoas

Fibria protocola pedido de isenção de ISS para dar início à ampliação

Empresa busca isenção do imposto por dois anos, prazo de construção da nova linha de produção

Empresa busca isenção do imposto por dois anos, prazo de construção da nova linha de produção - Arquivo JP
Empresa busca isenção do imposto por dois anos, prazo de construção da nova linha de produção - Arquivo JP

A Fibria protocolou ontem, na prefeitura, o pedido de isenção do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) por dois anos, período das obras de ampliação da fábrica de celulose, em Três Lagoas. A prefeita Márcia Moura (PMDB) disse que nesta sexta-feira a solicitação será oficializada, para que então, a empresa possa dar início os serviços de terraplanagem da obra de expansão da fábrica.

De acordo com a prefeita, já existe a lei municipal que garante a isenção de incentivos fiscais para as empresas durante o período de construção do empreendimento. “Ao longo do período de construção a prefeitura deixa de arrecadar, mas estimula a empresa a investir no município”, disse.

 Durante sessão na Câmara Municipal na última terça-feira, alguns vereadores, inclusive, se posicionaram contra o percentual de incentivos que são oferecidos para as empresas. O vereador Jorge Martinho (PSD), por exemplo, alegou que, o município deixará de arrecadar um valor considerável com o imposto, se comparado ao valor do investimento. O vereador Antônio Rialino (PMDB) também comentou que essas empresas recebem tantos benefícios, mas pouco contribuem com o município. Rialino disse que é favorável essas empresas se instalarem no município, pois geram emprego, mas, entende que elas precisam dar suas contrapartidas, não apenas em recursos mitigatórios. “A única coisa que Três Lagoas ganhou aqui com essas empresas foi o Crase e o Parque do Pombo que foi adquirido com recursos de compensação”, declarou Rialino.

Outros parlamentares, por sua vez, defenderam a continuação desses incentivos. O vereador Antônio Empeke Junior (PMDB), Tonhão, disse que as indústrias são importantes para a geração de empregos e para a economia da cidade. O mesmo foi dito pelo vereador Gilmar Garcia Tosta.

A prefeita Márcia Moura disse que, Três Lagoas só se tornou este polo industrial, graças aos incentivos fiscais oferecidos. “Essas indústrias não vêm gratuitamente, sem contar que elas proporcionam a geração de empregos e a qualificação profissional. Uma coisa leva a outra, então sou extremamente favorável. Portanto, o que for necessário para conceder mais incentivos para atrair mais indústrias, eu farei, pois quem ganha com isso é a população, o comércio, a rede hoteleira, os restaurantes, clínicas… A prefeitura não vai arrecadar nestes anos, mas a cidade vai. Aí que está a nossa satisfação, poder fazer a cidade crescer, graças a nossa credibilidade política e às pessoas que acreditam aqui”, declarou.

Em relação a Eldorado, a prefeita disse que já houve uma conversa com a empresa, que deve entregar o pedido na semana que vem. Márcia disse que, ambas as empresas darão início as obras de terraplanagem nos próximos dias. 

INCENTIVOS

Nesta semana, a senadora Simone Tebet (PMDB/MS) usou a tribuna do Senado Federal para falar, inclusive, da importância da concessão dos incentivos fiscais para atrair indústrias para o interior. Simone lembrou que, quando das negociações para a implantação da fábrica da Fibria em Três Lagoas, havia a possibilidade de o empreendimento ser instalado no Brasil, na Rússia ou na China.

“Essas fábricas poderiam sair do país. Não estava em disputa Mato Grosso do Sul com São Paulo; ou Alagoas com Mato Grosso do Sul. Nós estávamos disputando pelo Brasil. Então, quando se fala em uniformidade de alíquota de ICMS, não vamos pensar apenas nos fundos de compensação para os Estados. Vamos pensar num fundo que também ajude a continuar desenvolvendo o interior deste País, especificamente o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste brasileiro”, defendeu a senadora.

A senadora Simone Tebet louvou a iniciativa da Fibria e Eldorado que, apesar do momento de crise econômica, demonstram confiança no Brasil, ao decidir dobrar a capacidade de produção em Três Lagoas. “No momento em que o governo federal precisa fazer um ajuste para economizar R$ 60 bilhões, estamos falando de dois investimentos da ordem de R$15,7 bilhões, provavelmente o maior investimento privado do Brasil em 2015 e 2016”, declarou.

PIB

A senadora Simone Tebet destacou ainda que a ampliação das fábricas de celulose vai impactar todo o Brasil. “São empresas que mexem no PIB do Estado e no PIB nacional. Quando o IBGE acaba de apresentar a maior taxa de desemprego dos últimos dois anos, de 7,9%, neste primeiro trimestre, tenho a dizer que no pico da construção serão geradas 20 mil novas oportunidades de trabalho para todo o Brasil. Podemos chegar a quase 40 mil empregos indiretos.”, comemorou Simone.