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Paralisação

Fronteira em Corumbá ficou com fila de 700 caminhões após bloqueio de 2 dias

Comércio exterior na região passou a funcionar a partir da manhã desta quarta-feira (10)

Trânsito começou a ser liberado na manhã de hoje - Foto: Rodolfo César
Trânsito começou a ser liberado na manhã de hoje - Foto: Rodolfo César

Em torno de 700 caminhões começaram a circular na fronteira do Brasil com a Bolívia depois de 48 horas de bloqueio em Puerto Quijarro. Essa quantidade de veículos ficou represada na região de Corumbá por conta do protesto, que começou na segunda-feira pela madrugada. Sem o trânsito dessas cargas, o comércio exterior na região ficou paralisado. 

A média diária de circulação de mercadorias nessa área é de US$ 4 milhões. Em Corumbá fica o maior porto seco do Centro-Oeste. As cargas que transitam na fronteira envolvem ureia, maquinário agrícola, combustível diesel, entre outros produtos.

O Sindicato das Empresas de Transporte e Logística do Pantanal (Setlog Pantanal) apontou que em torno de 300 caminhões ficaram parados do lado brasileiro, enquanto na Bolívia a fila chegou a 400 veículos. O trânsito de carretas no Porto Seco da Agesa e no Posto Esdras da Receita Federal deve voltar à normalidade nos próximos dias por conta desse represamento de cargas.

Além das cargas que ficaram paradas, mais de 200 carros também permaneceram estacionados próximo ao Posto Esdras, aguardando liberação para chegar na Bolívia. Grande parte desses carros de passeio é de moradores de Puerto Quijarro e Puerto Suarez que não conseguiram chegar com os veículos no país vizinho. 

A manifestação de 48 horas impediu que veículos pudessem cruzar a fronteira. Somente ambulâncias estavam autorizadas a cruzar a região, tanto para levar como para trazer pacientes. O protesto foi organizado pelo Comitê Interinstitucional de Santa Cruz com repercussão no Comitê Cívico que atua em Puerto Quijarro. Os organizadores cobram do Governo Federal Boliviano a realização do Censo no país vizinho em 2023. O procedimento estava previsto para ser iniciado em novembro deste ano, mas acabou adiado para 2024.

Os dados do Censo influenciam nos índices que municípios recebem de repasse de verbas. Além disso, há uma disputa política que envolve duas forças. De um lado, está o Governador da Província de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho e do outro o Presidente Boliviano, Luis Arce. Eles são de partidos diferentes e protagonistas de uma polarização política. 

O paro cívico alcançou outras regiões da Bolívia e conseguiu paralisar setores econômicos de Santa Cruz de la Sierra. A organização do bloqueio informou que aguarda posicionamento do Governo Federal sobre a realização do Censo e pontuou que outros bloqueios podem acontecer. No final de julho houve paro de 24 horas e a manifestação voltou a ser organizada porque o Governo Federal ainda não se posicionou sobre realizar o Censo a partir de 2023.