A ministra do Orçamento e Planejamento, Simone Tebet, se reuniu nesta semana, na sede do ministério com o presidente interino da Petrobras, Jean Paul Prates, e outros integrantes da nova diretoria da estatal. Um dos assuntos discutidos foi a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN 3), em Três Lagoas.
Segundo a ministra, Prates demonstrou interesse na retomada da fábrica porque entende, assim como ela, a importância do projeto para o desenvolvimento do país e do agronegócio brasileiro. “O país precisa reduzir sua dependência de fertilizantes importados, cuja oferta foi afetada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia”, disse Simone Tebet.
A ministra disse que os dois combinaram um novo encontro em abril, com a participação do governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, para tratar da retomada da fábrica.
De acordo com as regras da companhia, Prates será efetivado no cargo pela assembleia geral de acionistas, que se reúne em abril, momento em que ele poderá discutir efetivamente o assunto.
No final do mês passado, a Petrobras anunciou que encerrou o processo de venda da UFN 3. A estatal avaliará ainda os próximos passos relacionados ao desinvestimento do ativo em questão, em alinhamento ao Plano Estratégico 2023-2027.
A decisão da Petrobras de suspender a venda da fábrica foi “absolutamente acertada”, segundo Simone Tebet.
Ex-prefeita de Três Lagoas, e responsável por ceder o terreno onde a Petrobras construiu a unidade, Tebet se envolveu diretamente nas negociações para impedir que a empresa russa Acron adquirisse a fábrica. A licitação havia previsto apenas que a empresa que vencesse o certame pudesse utilizar a fábrica como mera misturadora, ou seja, não precisaria produzir fertilizantes, não geraria os empregos diretos e indiretos, previstos no projeto inicial da unidade, lançada pela Petrobras, em 2010.
Cerca de 7 mil trabalhadores. Essa é a previsão da mão de obra para a retomada da UFN 3, que foi projetada para produzir 1,2 milhão de toneladas de ureia e 761.000 toneladas de amônia por ano.