Veículos de Comunicação

Meio Ambiente

Exploração de gás de xisto pode causar impacto negativo em Paranaíba

Nas cidades onde já é extraído o gás, é comum os moradores sentirem tremores de terra e animais nasceram mortos

Paranaíba é uma das mais de 50 cidades em Mato Grosso do Sul que possuem o gás - Arquivo/JPNEWS
Paranaíba é uma das mais de 50 cidades em Mato Grosso do Sul que possuem o gás - Arquivo/JPNEWS

O gás de xisto é encontrado no interior de um tipo de rocha sedimentar, tendo basicamente a mesma composição química do petróleo, porém seu modo de produção é diferente. A sua extração, no entanto é polêmica, pois o processo de fraturamento pode gerar contaminação nos lençóis freáticos e de água potável aos cidadãos. Paranaíba (MS) é uma das mais de 50 cidades em Mato Grosso do Sul que possuem o gás.

O deputado Amarildo Cruz (PT) apresentou projeto que suspende a exploração de gás de xisto, por dez anos, em Mato Grosso do Sul, quando utilizar método de perfuração, seguida de fraturamento hidráulico. A justificativa é que este procedimento pode trazer danos ao meio ambiente, com o intuito de preservar os recursos naturais.

Quem acompanha a linha de raciocínio do deputado no município é o vereador Pedro Correia Rodrigues (Pedrinho-PV), que também é contra a extração do xisto. “Além de utilizar uma grande quantidade de água na extração, é jogado mais de 600 produtos químicos para facilitar na remoção do gás e isso influencia diretamente no lençol freático, porque é perfurado de dois a seis quilômetros”, explica ele.

Pedrinho pontua ainda, que nas cidades onde já é extraído o gás é comum os moradores sentirem tremores de terra e animais nasceram mortos, além do alto índice de câncer.

O vereador explica que esta suspensão é uma forma de "reconhecer que os recursos naturais são finitos e que é preciso preservar com critério e planejamento". Também mencionou que apesar do gás ser uma fonte de energia, precisa se buscar desenvolvimento que seja sustentável. "Precisamos pensar nas futuras gerações".

O projeto, de acordo com Pedrinho, ainda prevê que após este período (dez anos), vai se tornar obrigatório que tal exploração cumpra os requisitos previstos pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e também se apresente um Estatuto de Impacto Ambiental, com relatório sobre a bacia da região explorada em um estudo hidrológico das águas.

A empresa ainda precisa realizar audiência pública em cada município que houver a exploração, além do estudo de impacto econômico e social.