O governo do Mato Grosso do Sul identificou irregularidades no recebimento de benefícios do programa Vale Renda, voltado para atendimento de famílias carentes. Levantamento do governo detectou fraude no pagamento a 22 famílias, que estavam recebendo sem preencher os critérios do programa.
Ao todo, o Vale Renda, criado em 2007, atende 45 mil famílias, em situação de vulnerabilidade sócia. Embora o programa deveria beneficiar famílias na extrema pobreza, o levantamento detectou pagamento a famílias com renda acima de R$ 6 mil.
Em Três Lagoas, por exemplo, uma família de três pessoas com salário mensal de R$ 3,3 mil recebia o benefício que, de acordo com o programa, só pode ser pago a pessoas com renda familiar per capita de até meio salário mínimo.
Ainda segundo o cruzamento de dados feito pela equipe da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), o maior disparate foi detectado em Batayporã, onde uma família de quatro pessoas com renda de R$ 6 mil recebia o benefício de R$ 180. O valor é atualizado anualmente, com base na inflação.
O programa criado na gestão do ex- governador André Puccinelli (MDB), tem as mesmas características do Bolsa Família do governo federa. A ideia é que, após a família deixar a situação de vulnerabilidade, ela deixa de receber o benefício. No entanto, muitas melhoram de situação, mas não deram baixa no benefício e continuaram recebendo, inclusive, algumas por 12 anos, já que não houve uma fiscalização rigorosa por parte do governo.
O secretário-adjunto Adriano Chadid explicou que o combate aos desvios é necessário para a manutenção do Vale Renda. “Aprimoramos o programa integrando nossa base de dados com a do governo federal. Queremos ampliar a rede de parceiros, evitar duplicidade e desvios”, concluiu.