Depois de dois anos, o grupo empresarial da Rússia, Acron Group, retoma as negociações para a compra da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), da Petrobras, em Três Lagoas. Em 2019, o grupo, um dos mais fortes do segmento de fertilizantes do mundo, havia desistido da compra, agora, nesta semana, durante reunião com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, o vice-presidente da Acron, Vladimir Kantor, disse que a empresa retorna as negociações para a aquisição da fábrica.
Nesta semana, a ministra esteve em Moscou, na Rússia, para participar de reuniões com autoridades e empresários para tratar sobre o fornecimento de fertilizantes com o Brasil. A ministra teve a garantia de que os russos não vão deixar de cumprir os contratos de fornecimento de fertilizantes com o Brasil e indicaram a possibilidade de aumentar o volume de exportações. Na ocasião, a ministra tratou também sobre a UFN3, cuja obra foi paralisada em dezembro de 2014, com 80% das obras executadas.
Nesta quinta-feira (18), direto de moscou, a ministra participou ao vivo do RCN Notícias da TVC e Cultura FM e disse que o encontro foi muito produtivo. “O mercado russo continua aberto e não terá diminuição no fornecimento de fertilizantes. Essa é uma ótima notícia para os produtores rurais. Temos outros países de quem importamos os fertilizantes, mas a Rússia é um grande parceiro estratégico do Brasil no fornecimento de fertilizantes”, destacou a ministra.
Tereza Cristina falou também sobre a reunião que teve com representantes da Acron Group. “Estive com o vice-presidente que está muito entusiasmado com a possibilidade do fechamento das negociações sobre a compra da UFN 3. Eles informaram que as negociações estão bem adiantadas com a Petrobras e o embaixador do Brasil na Rússia está acompanhando de perto [as negociações], sabendo da importância da UFN 3 para o Brasil e para Mato Grosso do Sul na produção de fertilizantes”, informou Tereza Cristina.
A ministra destacou que a UFN 3 está com 80% das obras concluídas e que se as negociações para venda à Acron Group avançarem, a fábrica poderá entrar em funcionamento dentro de um ano e meio. Tereza ressaltou que o Brasil importa mais de 50% dos produtos nitrogenados, e a entrada em operação da UFN 3 será importante para suprir parte da demanda desse mercado, atendendo, principalmente os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Paraná.
“A boa notícia é que eles [russos] voltaram à mesa de negociação, e chegando ao Brasil, vou agendar uma reunião com o presidente da Petrobras para saber quais os próximos passos para que esses investimentos possam ser concretizados.
Muitas questões são confidenciais de uma negociação, mas o que eles nos colocaram foi o otimismo, desta vez, para que a negociação chegue a um bom termo em pouco tempo, e a empresa possa adquirir a UFN3. As intenções são as melhores possíveis, não só com a fábrica, mas com investimentos um pouco maior também na distribuição de fertilizantes”, ressaltou a ministra.
Tereza Cristina disse que a UFN3 está bem localizada e o grupo russo tem experiência na produção desses fertilizantes. “Agora é torcer para que essa negociação dê certo e essa fábrica possa produzir e gerar empregos”, destacou