Em nota, o Hospital Auxiliadora de Três Lagoas, por meio da sua assessoria de imprensa, emitiu nota dizendo temer que a unidade também sofra com a greve dos profissionais de saúde que atuam no local, a exemplo daqueles que atuam na rede pública do Município e paralisaram as atividades em virtude das negociações com sindicatos da categoria.
A data-base da categoria dos funcionários é no mês de julho. Conforme o hospital, em 2014 as negociações foram extremamente difíceis e tudo que estava ao alcance foi feito para evitar que a greve fosse deflagrada. Somente após a intervenção do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do setor de conciliação trabalhista, foi possível fechar acordo com os Sindicatos da Categoria, Seta e SINEES com a finalidade de se evitar que os profissionais entrassem em greve naquela ocasião, mas o Hospital precisou ceder em muitos pontos da negociação que impactaram financeiramente nas contas da Instituição.
Segundo o gerente administrativo do Hospital, Adenaldo Rodrigues Nunes, no atual cenário isso praticamente será impossível de acontecer novamente, tendo em vista que hoje existe um déficit financeiro mensal na casa dos R$ 600 mil decorrentes da Contratualização no repasse que é feito para custear o atendimento dos pacientes do SUS atendidos na Instituição. “Caso não haja a cobertura do déficit pelo Poder Público, não vamos ter condições de evitar que a greve ocorra, tendo em vista que o Sindicato está pleiteando no Acordo Coletivo reajustes e benefícios que estão acima das nossas possibilidades financeiras”, afirma o gerente.
Nos últimos anos foram implementados na Política de RH do Hospital, por iniciativa da Administração, diversos benefícios que não existiam anteriormente, tais como: Plano de Saúde, Cesta Básica, Qüinqüênio, Premio Assiduidade, entre outros, no intuito de reter talentos na Instituição. Porém, o custeio desses benefícios foi suportado unicamente pelo Hospital, uma vez que o valor repassado pela Contratualização é o mesmo desde 2012.
Além dos benefícios implementados, houve um acréscimo na contratação de mão-de-obra correspondente a 32% do quadro de funcionários, se comparados os números de 2011 até março/2015. Em 2011 tínhamos 434 colaboradores e hoje temos 573, sendo que algumas demissões já ocorreram no mês de Abril/2015, buscando diminuir o impacto financeiro do valor da Folha de Pagamento, porém, existe a possibilidade de haver mais desligamentos, caso os valores dos repasses não sejam adequados para a realidade atual.
“Nossa expectativa é de que não aconteçam mais paralisações, pois isso prejudicaria o atendimento prestado à nossa população, tendo em vista que somos referência para Três Lagoas e mais 09 (nove) municípios da Macro Região, por isso vamos fazer o que for possível para evitar o Estado de GREVE, porém, se nada for feito para mudar o cenário atual no sentido de solucionar o déficit financeiro, existem grandes possibilidades de que ela ocorra, também não gostaríamos de demitir mais funcionários, pois os desligamentos afetam diretamente na qualidade do atendimento.” esclarece o gerente Adenaldo Nunes.