Alvo de investigação da Polícia Federal, a fabricante de celulose Eldorado Brasil tem encontrado dificuldades para ter acesso a linhas de financiamento para o projeto de expansão da unidade instalada em Três Lagoas.
No início da semana, a empresa foi alvo da Operação Greenfield, da Polícia Federal, que investiga supostos desvios nos quatro maiores fundos de pensão do Brasil. No dia 1º de julho deste ano, a empresa também foi alvo da Operação Sépsis – desdobramento da Operação Lava Jato.
O envolvimento da empresa nessas operações pode dificultar ainda mais o projeto de construção da segunda linha de celulose da empresa em Três Lagoas, que já está atrasado, conforme o cronograma inicial, que era de colocar a nova unidade em operação em 2017. A empresa já trabalha, agora, com a previsão de que a segunda linha comece a produzir apenas em 2019.
Em razão das suspeitas por irregularidades relativas aos fundos de pensão, a Eldorado pode não conseguir recursos dessas fontes para seu projeto de expansão, orçado em R$ 10 bilhões.
Em nota enviada ontem à reportagem, a empresa afirma que “os investimentos feitos por [fundos] Petros e Funcef na Eldorado foram de R$ 550 milhões em 2009”, que hoje estariam atualizados em R$ 3 bilhões. Afirma, ainda na nota, que a J&F – dona da empresa – e seus executivos “colaboram com as investigações e estão à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários”.