Nos próximos dois anos Mato Grosso do Sul deve receber investimentos das empresas mineradoras que ultrapassam os R$ 5 bilhões em atividades de exploração, ampliação e prospecção. A estimativa é da Secretaria de Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro) com base em dados obtidos junto às empresas minerais de agregados, ferro, manganês, cobre, calcário, fosfato, rochas ornamentais, água mineral e remineralizadores, que são usados como fertilizantes e são fundamentais para a agricultura sustentável.
Dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), revelam que, até julho deste ano, foram emitidas 72 requisições de pesquisa e 21 Alvarás de Pesquisas e, até o mês de maio, foram 10 requerimentos de licenciamento no estado.
O secretário de Produção, Jaime Verruck, está bastante otimista com o avanço no segmento. “Temos a maior reserva de manganês do País, a 2ª maior reserva de calcários e a 3ª maior reserva de ferro de alto teor. Isso atrai investimentos nacional e internacional”, ressaltou.
Verruck destaca ainda que, aliado a este potencial mineral, o Estado está situado no coração da América do Sul, em posição estratégica de logística e com grandes projetos em andamento nos modais de transporte. “Estamos em parceria com o Paraguai, Argentina e Chile na construção da Rota Bioceânica, que vai encurtar o caminho para a Ásia em 15 dias. Temos investido muito na logística, construindo novas rodovias, portos e estamos reorganizando o sistema ferroviário, o que nos tornará muito competitivos", disse.
No País, os investimentos da indústria de mineração deverão somar US$ 40,44 bilhões no período de 2022 a 2026, estimou o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). O montante para o quinquênio, divulgado pela primeira vez, indica uma queda de quase US$ 900 milhões na comparação com a projeção de investimentos para o período de 2021/2025, conforme dados do IBRAM.
Segundo o Geólogo Luís Antônio Vessani, diretor do IBRAM e CEO da Edem Mineração, instituto que representa as mineradoras que atuam no Brasil, a maior parte dos investimentos, ou 54%, é referente a aportes que ainda estão programados, enquanto 46% do montante se referem a projetos já em execução. Pouco mais de 10% dos investimentos são em projetos socioambientais para o quinquênio.
“No Estado, estas empresas podem injetar 1 bilhão de dólares no período de 2022 a 2024. Um deles, o antigo Complexo Centro Oeste, a Vale, que produziu em média 2,7 milhões de toneladas/ano, e agora controlada pelo Fundo J&F, poderá aumentar a extração deste mineral para 3,5 milhões de toneladas já no primeiro ano, para atender ao aumento da demanda nacional e internacional”, afirmou o secretário-executivo da MS Mineral, Eduardo Pereira.
JAZIDAS EM MS
Minério de Ferro
Mato Grosso do Sul detém a terceira maior reserva de minério de ferro de alto teor do Brasil nos municípios de Corumbá e Ladário. Com isso os investimentos em minério de ferro, produto que lidera os aportes financeiros no Brasil e em Mato Grosso do Sul estão estimados em aproximadamente em US$ 450 milhões, sendo US$ 400 milhões em projetos novos e ampliação das estruturas existentes e US$ 50 milhões em pesquisas e prospecção de novas áreas mineralizadas. Hoje atuam no Estado as empresas: Vale (J&F), Vetorial, 3ª Mining e MPP Mineração.
Minério de Manganês
MS tem a maior reserva do Brasil em manganês de alto teor acima de 44%, nos municípios de Corumbá e Ladário. Hoje temos a Vale que suspendeu as operações de manganês, mas a nova Controladora da Vale Centro Oeste, a J&F deverá voltar a explorar e pesquisar novas áreas mineralizadas dentro de seus requerimentos. As empresas MPP Mineração e 3A Mining vão pesquisar em seus requerimentos também o manganês no Morro Tromba dos Macacos e no Morro do Rabicho, investimentos previstos de US$ 50 milhões para pesquisas (geofísica e sondagens) e extração do mineral.
Cobre
Atualmente o estado conta com vários requerimentos na região de Porto Murtinho, que juntos somam mais de 15 mil hectares de áreas a serem prospectadas e pesquisadas nos terrenos de Domínio Rio Apa, investimentos aproximados de US$ 30 milhões.
Rochas Ornamentais
O setor tem várias empresas com requerimento de pesquisas e outras já explorando mármores, quartzitos e granitos, nos municípios de Porto Murtinho, Bonito, Bodoquena, Miranda, Ladário e Corumbá, investimentos em pesquisas, instalações e extração de US$ 100 milhões.
Fosfato
Na Serra da Bodoquena, onde se encontra Fosfato com teores médio de 12% a 18%, os investimentos iniciais são na ordem de US$ 50 milhões em prospecção, pesquisas, extração e ampliação das atuais estruturas. Existem atualmente mais de 100 mil hectares de áreas sendo pesquisadas e a pesquisar, nos municípios de Miranda, Bodoquena e Bonito, onde há mais de 80 milhões de toneladas de Fosfato medidas nas jazidas da empresa E2 Mineração (Edem Mineração), que tornam o Estado autossuficiente neste fertilizante.
Calcários Calcíticos e Dolomiticos
O Estado tem a segunda maior reserva de Calcário do Brasil, de suma importância para o agronegócio sul-mato-grossense, e abriga também duas fábricas em operação da indústria cimenteira (Bodoquena e Corumbá), e uma outra planta industrial em processo de investimento no município de Bela Vista. Os investimentos são da ordem de US$ 180 milhões.
Agregados da Construção Civil
Argila, Areia, Cascalho e Brita têm vários projetos em estruturação, com investimentos em pesquisas, prospecção e extração na ordem de US$ 10 milhões.
Água mineral
Nas cidades de Itaquirai e Bela Vista, há duas novas empresas em instalação de extração, envasamento e distribuição de Agua Mineral, com investimentos de US$ de 5 milhões.
Reminerilizadores
São rochas silicáticas moídas que quando adicionadas ao solo, podem melhorar as propriedades físicas e biológicas do solo. São usadas na agricultura, silvicultura e na pecuária. Há vários projetos sendo estruturados e remodelados para atender a demanda dos produtores rurais por um produto sustentável com investimentos previstos em prospecção, pesquisa e extração, na ordem de US$ 130 milhões, nos municípios de Dourados, Terenos, Inocência e São Gabriel do Oeste.
*Com informações da Assessoria de Imprensa da Semagro-MS