O Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) de Três Lagoas caiu 36% entre 2000 e 2010, segundo estudo divulgado nesta terça-feira (1º) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Com o resultado, Três Lagoas passa da faixa de média para baixa vulnerabilidade social, reduzindo de 0,342 para 0,218.
Em 2010, dos 79 municípios do Mato Grosso do Sul, Três Lagoas ocupava a 3ª posição no ranking das cidades com menor índice de vulnerabilidade social. Em 2000, a cidade ocupava o quarto lugar. São Gabriel do Oeste apresenta o menor índice de vulnerabilidade social, passando de 0,290 em 2000 para 0,166 em 2010. Já Chapadão do Sul é a segunda cidade com menor IVS, saindo da faixa de 0,275 para 0,196, enquanto Cassilândia está em quarto lugar, saindo de um índice de 0,322 para 0,221. Campo Grande, por fim, ocupa o 18º lugar no ranking dos municípios do Estado com menor IVS.
Além de o IVS ter melhorado, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Três Lagoas também teve um avanço considerável na última década. Segundo dados do Ipea, em 2000, a cidade tinha IDHM médio e passou para IDHM alto em 2010, saindo da faixa de 0,630 para 0,744. Quanto maior o Índice de Desenvolvimento Humano, melhor a situação do município. Já em relação ao IVS, quanto menor o índice, melhor a situação da cidade. Pelo levantamento do Ipea, em dez anos Três Lagoas apresentou melhorias significativas em diversas áreas.
Em relação ao IDHM, dos 79 municípios do Estado, Três Lagoas ocupa a 4ª posição no ranking das cidades com melhores Índices de Desenvolvimento Humano Municipal. A capital mundial da celulose só perde para Campo Grande, que ocupa a primeira posição nesse quesito, seguida de Chapadão do Sul, que aparece em segundo lugar, e Dourados em terceiro. O índice considera indicadores de longevidade (saúde), renda e educação.
IVS
Mato Grosso do Sul também apresentou uma redução no índice de vulnerabilidade humana, passando de 0,420 em 2000 para 0,289 em 2010. Nesse mesmo período, o IVS do Brasil caiu 27%, passando de 0,446 para 0,326. O país passa da faixa de alta vulnerabilidade social para média.
O IVS é determinado da seguinte forma: os municípios que apresentam índice entre 0 e 0,200 são considerados de muito baixa vulnerabilidade social; valores entre 0,201 e 0,300 indicam baixa vulnerabilidade social; IVS entre 0,301 e 0,400 são de média e, entre 0,401 e 0,500, os municípios são considerados de alta vulnerabilidade social. Qualquer valor entre 0,501 e 1 indica que o município possui muito alta vulnerabilidade social.
Para chegar ao resultado do IVS, foram calculadas três dimensões: infraestrutura urbana, capital humano, renda e trabalho. Isso significa que, em uma década, houve uma melhora nestas áreas em Três Lagoas, no Estado e no país, embora alguns municípios ainda apresentem alto índice de vulnerabilidade humana. Esse é o caso de apenas duas cidades de Mato Grosso do Sul, Japorã e Tacuru.
O subíndice referente ao Capital Humano de Três Lagoas apresentou uma queda de 30,32% em uma década, de 0,442 para 0,308. Esse indicador mede um conjunto de fatores como: a mortalidade infantil; evasão escolar de crianças e adolescentes até 14 anos; mães precoces; mães chefes de família, com baixa escolaridade e com filhos menores de idade; baixa escolaridade domiciliar estrutural e a presença de jovens que não trabalham e não estudam. Nesse quesito, destaca-se a diminuição no número de crianças de 6 a 14 anos que não frequentam escola: de 48,83% em 2000 para 26,46% em 2010. Por outro lado, aumentou o número de mulheres responsáveis pelo domicílio, que não têm ensino fundamental completo e com, pelo menos, um filho menor de 15 anos. O índice passou de 13,37% para 14,22%.
Em relação à infraestrutura urbana, o subíndice busca refletir as condições de moradia das pessoas por meio de três indicadores: abastecimento de água e esgotamento sanitário adequado, coleta de lixo e o tempo gasto no deslocamento entre a moradia e o trabalho. Em 2000, o índice de vulnerabilidade social nesta área em Três Lagoas era de 0,170; em 2010, reduziu para 0,135, uma queda de 20,59%.
A vulnerabilidade de renda e trabalho, por sua vez, é medida por indicadores do fluxo de renda presente e incorpora outros fatores que, associados ao fluxo, configuram o estado de insegurança de renda das pessoas: a desocupação de adultos; a ocupação informal de adultos pouco escolarizados; a existência de pessoas em domicílios que dependem da renda de pessoas idosas e a presença de trabalho infantil. Esse índice também apresentou redução em Três Lagoas, passando de 0,415 para 0,211 em dez anos.
O Ipea concluiu que a quantidade de municípios brasileiros com alta ou muito alta vulnerabilidade social caiu de 3.610 em 2000 para 1.981 em 2010. Já o número de municípios com baixa ou muito baixa vulnerabilidade social passou de 638 em 2000 para 2.326 dez anos depois. A evolução foi mais nítida em alguns estados das regiões Centro-Oeste, como na faixa de fronteira do Mato Grosso do Sul, Norte e Nordeste.