Veículos de Comunicação

Três Lagoas

Lojas demitem 1.001 trabalhadores a três meses do Natal e Ano Novo

Crise de vendas força empresas a reduzirem quadro de funcionários

Movimento fraco no comércio não favorece novas contratações  - Claudio Pereira/JP
Movimento fraco no comércio não favorece novas contratações - Claudio Pereira/JP

A crise econômica não atingiu apenas o setor têxtil de Três Lagoas, mas também o comércio. De janeiro a setembro deste ano, 1.001 funcionários foram demitidos por lojistas da cidade. Esse é o total de homologações de desligamentos realizadas no Sindicado dos Empregados do Comércio. 

O movimento ocorre em sentido inverso ao desta época do ano, que seria de contratações de trabalhadores temporários para as vendas de final de ano.

O número de demissões, no entanto, pode ser maior, já que essas homologações são de funcionários que estavam há mais de um ano trabalhando no comércio. Funcionários com menos tempo de serviço fazem a homologação na própria empresa, quando demitidos. 

Os demitidos trabalhavam em supermercados, lojas de confecções, calçados e de cosméticos, entre outros.  As homologações de funcionários de outros segmentos, como bares, restaurantes, por exemplo, são feitas em outros sindicatos. “Essas homologações são de trabalhadores que o sindicato representa o setor. Portanto pode haver mais, ou não”, disse o presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Eurides Silveira de Freitas.

Nesse mesmo período, as indústrias têxteis e de embalagens demitiram 874 trabalhadores na cidade. Esse foi o total de homologações de desligamentos realizadas pela Federação dos Trabalhadores na Indústria do Estado do Mato Grosso do Sul, na subsede da cidade. A demissão em massa é resultado de paralisação ou de redução do ritmo de produção das fábricas. 

Segundo a representante da federação, Marisol Pires Barbosa, a alegação das empresas é de elevação de estoque nas indústrias devido à queda nas vendas.

O presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio disse que as demissões nas lojas da cidade, também são reflexos da crise nacional, e da queda nas vendas. Segundo Eurides, tanto a indústria, quanto o comércio, sempre contratam um número maior de funcionários nos meses que antecedem o Natal, para atender a demanda de vendas de final de ano. No entanto, neste ano, a situação está diferente. Ao invés de contratar, os dois segmentos estão demitindo.

No mês de janeiro deste ano, 94 rescisões foram feitas no sindicato, em fevereiro; 96, em março; 146; em abril; 102, em maio; 99, em junho; 101, em julho; 122, em agosto; 145 e, em setembro; 96 homologações.