Mais uma vez o governo federal anuncia medidas que alteram o cálculo para obter a aposentadoria dos brasileiros, dessa vez, a presidente Dilma Rousseff editou uma medida provisória, nessa semana, com uma proposta alternativa, na qual a fórmula para calcular a aposentadoria varia progressivamente com a expectativa de vida da população. Até o mês passado, 15.397 pessoas sobreviviam de aposentadoria em Três Lagoas.
A partir de agora, para se aposentar com direito ao benefício integral, o trabalhador vai somar o tempo de contribuição e a idade até chegar a 85 pontos, no caso das mulheres, e 95 pontos, no caso dos homens. E em 2017, o cálculo será acrescido de um ponto a cada dois anos, até 2019. Daí em diante, 1 ponto a cada ano até chegar a 90 (mulheres) e 100 (homens), em 2022.
O trabalhador que entrou com o pedido até a última quarta-feira 17, não está enquadrado nas novas regras e terá a aposentadoria calculada somente pelo fator previdenciário. A mudança foi criada por medida provisória, que tem efeito imediato e validade de 120 dias até que seja aprovada pelo Congresso Nacional e se torne definitivamente lei.
Três Lagoas paga R$1 5.77 milhões para aposentados na cidade, eles representam 15.397 benefícios. As mulheres são a maioria, 8.551, e homens 6.846. Porém, o valor total dos benefícios pagos aos homens R$ 8 milhões é maior, do que é pago as mulheres, R$ 7 milhões.
No estado a diferença de beneficiadas é ainda maior, dos 353.449 mil aposentados, 197.891 são mulheres e 155.607 homens. Mas o valor total dos benefícios femininos também é mais elevado, R$ 139 milhões, e o masculino R$ 130 milhões.
Felismina Aparecida Rodrigues de Souza, de 38 anos, acompanha há dois meses o processo de aposentadoria da mãe de 63 anos, que trabalhou por 12 anos com carteira registrada, e vai se aposentar por idade. Ela estava inconformada com a nova mudança. “Se para minha mãe que com as regras antigas já estamos a dois meses tentando, está difícil, imagina quando for minha vez. Tenho certeza que não vou conseguir chegar a essa idade que o governo quer para me aposentar, e se eu chegar vou estar em uma cama. Do que adianta conseguir o beneficio se estarei inválida”.
O mecânico de 56 anos, Milton Santos Feitosa, que há 20 dias iniciou o processo para aposentadoria, por tempo de serviço, com 35 anos de contribuição, comentou. “Se você está bem de saúde tudo bem, e quem tem problemas como vai fazer para aguardar até se aposentar, tem que analisar isso, alguns chegam bem na velhice, outros não”.