Os governadores do Reinaldo Azambuja (PSDB), de Mato Grosso do Sul, e Ratinho Junior (PSD), do Paraná, vão assinar na próxima quarta-feira (22) o edital para mais uma fase da elaboração do projeto de logística que vai interligar de maneira mais ágil, eficiente e barata a produção sul-mato-grossense ao porto de Paranaguá (PR).
A confirmação da assinatura foi dada pelo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, que aproveitou ainda para revelar parte das conversas que teve com o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, em visita a Dourados nesta sexta (17).
O edital em questão ficará aberto para consulta pública até 15 de julho, enquanto que entre os dias 4 e 8 de julho serão feitas coletas de informações em "sondagem de mercado". Só aí será definido os detalhes do que irá oficialmente para leilão.
"Essa ferrovia vai ligar Maracaju, Dourados, Mundo Novo, até Paranaguá. Já ultrapassamos a fase de audiências públicas ambientais, agora será lançado o edital em que será previsto todas as condições da obra, prazo, tecnologia a ser adotada", comenta Jaime.
O secretário destaca que Sampaio também acompanha a questão e deu sinal positivo para que ela prossiga. "O ministério é parceiro e é ele quem autoriza tal empreendimento", conta. A expectativa é que a licitação para execução da obra ocorra até o fim do ano, em leilão na B3 (setor específico da Bolsa de Valores para tais certames).
ESTRUTURA E CUSTO
A Nova Ferroeste deve contar com 1,3 mil km de trilhos, passando por 49 cidades e sendo responsável por escoar a produção desses locais. Em Mato Grosso do Sul, oito cidades devem receber o modal, que deve ter ramais saindo ainda de Chapecó (SC) e Foz do Iguaçu (PR).
O empreedimento está estimado em R$ 29,4 bilhões atualmente e a empresa que o levar no leilão na B3 terá que implantar a rota e colocá-la para funcionar, tendo depois direito de explorar o serviço sob ônus de também mantê-lo, por 70 anos.
MALHA OESTE
Conhecida por sua importância histórica para a economia e até para a formação do contingente populacional do então sul do Mato Grosso, hoje Mato Grosso do Sul, o modal então chamado de Noroeste do Brasil também deve ser reativado sob a batuta de Malha Oeste.
Ligando Corumbá a Bauru, a linha férrea já está com estudos finalizados, segundo Sampaio confirmou para Verruck. "A meta é que essa licitação saia ainda no segundo semestre do ano. O edital vai prever a concessâo por 40 anos, com rebitolagem da via".
O ramal da Malha Oeste vai precisar de aproximadamente R$ 14,9 bilhões para ser recuperado. Esse trabalho, estima-se, duraria ao todo 15 anos, mas o transporte poderia ocorrer já antes dele estar concluído 100%. São 1,7 mil km de trilhos.