Veículos de Comunicação

Entrevista

'Não tenho interesse em participar do processo eleitoral', diz Ayache

Presidente do PSB/MS reafirmou ter sido surpreendido por declaração de Marcos Trad sobre uma vice candidatura ao governo nas eleições deste ano

Presidente do PSB/MS reafirmou ter sido surpreendido por declaração de Marcos Trad sobre uma vice candidatura ao governo nas eleições deste ano - Isabely Mello /CBN
Presidente do PSB/MS reafirmou ter sido surpreendido por declaração de Marcos Trad sobre uma vice candidatura ao governo nas eleições deste ano - Isabely Mello /CBN

O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), anunciou Ricardo Ayache, presidente do PSB em Mato Grosso do Sul, como vice dele na corrida eleitoral pelo governo de Mato Grosso do Sul. Mas a informação não foi confirmada por Ayache, que ainda espera uma decisão nacional com impactos nas estratégias e negociações locais.
O PSB e PT estão tratando de uma possível aliança e isso pode colocar fim aos projetos de Trad em Mato Grosso do Sul e dar um novo rumo aos partidos.
Em entrevista à CBN Campo Grande, Ricardo Ayache falou sobre o convite que recebeu de Marquinhos Trad, dos projetos dele dentro do partido e do futuro para as eleições de 2022. O presidente do PSB criticou a demora para uma reforma política.

O senhor pode sair candidato a vice na chapa do Marquinhos Trad?
Ricardo Ayache – Agradeci o convite dele, mas essa decisão precisa de um caminho mais longo. Primeiro porque as definições partidárias precisam de um entendimento desse momento que a gente vive nacionalmente e que repercute no estadual. Naturalmente, agora estamos em um momento de conversa. Mas ainda continuamos em um momento de convite.

O senhor foi pego de surpresa com esse anúncio?
Ricardo Ayache – Na verdade, ele já tinha feito este convite. Nós conversamos. Mas agora falar que está tudo certo? Não existe nada certo neste momento. Primeiro que temos um monstro que é esse modelo político brasileiro. Falam que vão fazer uma reforma política e isso não acontece. Infelizmente, o Congresso cria mais um monstro que é essa questão da janela partidária até o dia 2 de abril e a federação até maio. Falar a verdade? Eles estão pagando os congressistas por esse monstrengo que criaram para atender os seus interesses de reeleição. Essa é a realidade. Essa coisa fisiológica de partido para partido, vem há décadas no Brasil, sem debates de ideias, sem debates de projetos de nação. Depois disso, muita gente não entende porque a população rejeita a política. Quando é que o Congresso vai acordar para fazer uma reforma política séria e atenda sobretudo o interesse da população?

O senhor acha que a federação avança este ano?
Ricardo Ayache – Vai, todos os partidos estão negociando isso.

E as negociações de vocês com o PT?
Ricardo Ayache – O PSB está discutindo muito fortemente, a nível nacional com o PT a formação dessa federação. Obviamente existem as discussões estaduais que acabam influenciando na nacional. Mas quais são os estados que têm maior importância neste debate? Acabam sendo os estados do Sudeste, Sul e Nordeste.

Aqui há possibilidade de PSB e PT?
Ricardo Ayache – Depende da nacional.
Mas se ficar tudo certo na nacional, como vai ser aqui?
Ricardo Ayache Nós temos um ótimo diálogo com o PT. Lógico que acabamos dialogando com grandes partidos que tem esse pensamento centro-esquerda, com o entendimento de se ter o desenvolvimento econômico, mas também com um olhar social.

O senhor se colocaria como pré-candidato ao Governo do Estado?
Ricardo Ayache – Não, sem chance. Nós estamos muito preocupados na formação das chapas de deputados federais e estaduais. Sem uma grande preocupação com a minha disputa individual. Então, não há uma preocupação com uma candidatura pessoal. A preocupação é com a construção e fortalecimento do partido em Mato Grosso do Sul, elegendo deputados estaduais e um federal. Essa é a nossa grande preocupação.

O senhor pode se candidatar a algum outro cargo nas eleições de 2022?
Ricardo Ayache – Em princípio não tenho interesse em participar do processo eleitoral. Não é um desejo pessoal. 

Com quem o PSB está em diálogo neste momento em Mato Grosso do Sul?
Ricardo Ayache – Nós estamos debatendo projetos, ideias e analisando o que é que cada um desses pré-candidatos tem de ideias para Mato Grosso do Sul. Nós fomos procurados por praticamente todos os pré-candidatos. Vendo esses projetos vamos escolher os caminhos que vamos seguir neste ano. Isso depende de muita coisa ainda, principalmente das decisões nacionais.

Tem algum nome que o senhor gostaria de trazer para o partido?
Ricardo Ayache – Nós estamos inicialmente fazendo uma composição de chapas de deputados estaduais e federais com os nossos filiados. A nossa estratégia se for uma chapa somente do PSB é essa. Para que os nossos filiados tenham condições de se eleger. Se houver a filiação, a estratégia toda muda.

E se houver a filiação, quem seria o pré-candidato de vocês? Poderia ser o Zeca do PT?
Ricardo Ayache – O Zeca do PT é um ótimo nome, foi um excelente governador de Mato Grosso do Sul. Agora precisa ver se é interesse dele. Se houver a filiação, não vamos ver nenhum problema em apoiar.