Dados entregues nesta semana pela prefeitura de Campo Grande à Câmara Municipal, na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária), mostram que a cidade prevê em 2023 fechar um ciclo de 10 anos, iniciado em 2014, dobrando os gastos públicos que eram de R$ 2,7 bilhões para R$ 5,4 bilhões. Além disso, o valor representa um aumento de 13% para os R$ 4,7 bi de 2022.
A LDO traz uma prévia do que virá pela frente, já que o orçamento do próximo ano só é definido de fato na LOA (Lei Orçamentária Anual, discutida no fim do ano). O Executivo faz projeções otimistas quanto ao aumento de receitas e, assim, também de gastos a serem feitos pela gestão – recém deixada por Marquinhos Trad (PSD) para Adriane Lopes (PSD).
Entre 2014 e 2020, os números que constam nos documentos são já consolidados, e mostram na escala de bilhões de reais uma despesa de 2,74 no primeiro ano passando para 2,93 e 2,97 entre 2015 e 2016, seguindo em 3,16, 3,47, 3,91 e 4,12 de 2017 a 2020.
Já levando em conta esse período, as despesas tiveram aumento médio de 6,4% entre um ano e outro, sendo que o maior crescimento ocorreu de 2018 para 2019, quando foi para 11,2%. Já a menor média verificada foi de 1,3%, de 2015 para 2016 – último ano antes de Marquinhos assumir o comando da prefeitura de Campo Grande, em 1º de janeiro de 2017.
Apesar disso, a projeção da nova LDO para os anos de 2023, 2024 e 2025 é que o orçamento de Campo Grande tenha mais aumentos ainda, captando e gastando cada vez mais recursos. Em três anos, a estimativa é que as despesas públicas saltem dos atuais R$ 4,7 bi para R$ 6,4 bilhões – ou seja, R$ 1,7 bilhões a mais, valor que representa 36%, mais de um terço do atual.
Os valores são todos calculados em cima de receita corrente, ou seja, já considerando variáveis diversas como alterações no poder aquisitivo da moeda e inflação ou deflação projetada para o período. Levando-se em conta o atual cenário econômico, e projetando o futuro com um congelamento de índices, até 2025 a previsão de gastos seria de R$ 5,4 bilhões.