Polo industrial de Mato Grosso do Sul, Três Lagoas, cidade em franco desenvolvimento, com as maiores fábricas de celulose, uma das melhores para se investir conforme apontam estudos, também tem suas deficiências. O acesso à moradia, por exemplo, com as devidas condições de infraestrutura, não atinge todas as camadas dos três-lagoenses. Basta andar pela periferia da cidade para se deparar com pessoas morando em barracos, ou em construções inacabadas, sem as mínimas condições de conforto. Em muitas situações, são famílias que sobrevivem de benefícios do governo, ou de ajuda.
O arquiteto Fayez José Rizk, que foi um dos responsáveis pela elaboração e revisão do Plano Diretor da cidade, já havia declarado, em 2012, sobre a possibilidade de Três Lagoas ter favelas, em decorrência de ser um polo de atração de indústrias, de geração de empregos, o que culmina em uma linha migratória. Essa situação é bem nítida em uma área particular que foi invadida na saída de Três Lagoas para Brasilândia, onde cerca de 500 famílias moram em barracos. Alguns moradores do local, são da cidade, e tem até casa. Mas, essa não é a realidade de todos no local. Além de três-lagoenses, os barracos abrigam pessoas que vieram de outros estados, e alegam não ter condições de pagar aluguel.
A vereadora Marisa Rocha, por exemplo, sugeriu que a Secretaria de Assistência Social faça um levantamento no local, pois destacou que o problema social é grande. Mas, esse não é um problema pontual, em outros bairros da cidade também é possível se deparar com situações parecidas.
A professora, doutora em Geografia, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Édima Aranha, há alguns anos, vem alertando sobre a possibilidade de Três Lagoas enfrentar um processo de favelização, caso não haja uma política habitacional e de inclusão social.