A pecuária tem perdido cada vez mais espaço para o eucalipto em Mato Grosso do Sul, que já atinge 1,3 milhão de hectares. E até o final do ano haverá um acréscimo de mais 200 mil hectares de florestas plantadas. A mudança da matriz econômica de Mato Grosso do Sul, principalmente na região do Bolsão, onde está Três Lagoas, deve-se a instalação das fábricas de celulose. No município estão em pleno funcionamento, as duas unidades da Suzano e uma da Eldorado Brasil. A terceira unidade da Suzano em Mato Grosso do Sul está em construção em Ribas do Rio Pardo, e a quarta fábrica, da Arauco, será instalada em Inocência.
Em virtude da instalação dessas fábricas, cresce o arrendamento de áreas que antes eram destinadas à criação de gado e agora são ocupadas por florestas de eucaliptos.
Três Lagoas chegou a ter quase um milhão de cabeças de gado, mas com a plantação de eucalipto para atender a demanda das fábricas de celulose, o rebanho bovino ficou reduzido pela metade ao longo do ano. Em 2001, o município contabilizava 917.674 cabeças de gado. Em 2004, tinha 957 mil. Em 2020, reduziu para 530.685, enquanto que, em 2021, chegou a 499.600. E no ano passado, segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal – PPM, divulgada na semana passada pelo IBGE, o município registrou 485.552 cabeças de gado.
O efetivo bovino em Mato Grosso do Sul atingiu 18,4 milhões de cabeças em 2022. A marca representa mais um ano de queda no número do rebanho, o sexto consecutivo, sendo um declínio de 0,9% em relação à data de referência do ano anterior. A estimativa deu continuidade à retração iniciada em 2017 e segue na contramão da produção nacional que vem na crescente desde 2019 e que em 2022 teve o maior valor já estimado pela pesquisa, com 234,4 milhões, superando o recorde anterior da série histórica, de 218,2 milhões em 2016.
Apesar da queda, Mato Grosso do Sul permanece com o 5º maior rebanho do país após perder a quarta posição em 2019, com 8,4% do efetivo nacional. Corumbá mantém destaque com o segundo maior rebanho de bovinos, 1.981.843 cabeças e Ribas do Rio Pardo ficou em 14º lugar no ranking nacional de rebanho bovino, com 837.453 cabeças, apesar da instalação da fábrica de celulose e da expansão do eucalipto.
Produção de mel
Se Três Lagoas apresentou redução no rebanho bovino, por outro lado, ganhou destaque na produção de mel.
O município, conhecido como a Capital Nacional da Celulose, passou a ocupar a primeira posição no ranking de produção de mel. Três Lagoas teve aumento de 10% em sua produção, quando comparado ao produzido em 2021. No ano passado, o município produziu 60.420 toneladas de mel. Brasilândia registrou uma produção de 50 mil toneladas e Jardim, que figurava a primeira posição em 2021, passou a ocupar o terceiro lugar no ranking de 2022, com 45 mil.