De janeiro deste ano até ontem, 8.103 trabalhadores deram entrada no pedido de seguro-desemprego no Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador (Ciat) de Três Lagoas, agora denominado Casa do Trabalhador. Por mês, cerca de 900 pessoas requerem o benefício na cidade. Só na segunda-feira, foram 80.
O órgão não atende apenas trabalhadores da cidade, mas de todo o País.
De acordo com a diretora da Casa do Trabalhador, Fátima Montanha, esses números refletem a situação econômica do País, que registra um alto índice de desemprego. Para se ter uma ideia, por dia, cerca de 250 trabalhadores passam pelo antigo Ciat, em busca de uma vaga de trabalho, mas o número de vagas disponíveis continua menor do que a procura. Ontem, por exemplo, apenas nove vagas eram oferecidas na Casa do Trabalhador.
No mesmo período do cálculo de pedidos de seguro-desemprego, 4.348 trabalhadores fizeram o cadastro no Ciat, em busca de vagas em empresas. Desses, apenas 632 foram colocados no mercado de trabalho, por meio do órgão, no mesmo período. Os dados fazem parte do relatório do Ministério do Trabalho e Emprego. “O número de vagas caiu muito. As empresas que divulgam seu desenvolvimento estão a passos lentos. Estamos recebendo poucas vagas. Infelizmente ainda não chegamos a um patamar mínimo do desejado”, comentou.
Fátima Montanha disse que nenhum empregador é obrigado a disponibilizar vagas no Ciat. “Somos um órgão federal em parceria com o Estado e Município, mas existem também agências privadas, assim como o empregador, por conta própria, pode contratar os trabalhadores de onde ele quiser” salientou.
Ciat recebe centenas de pessoas atrás de vagas
Diariamente, quem passa em frente ao antigo Ciat se depara com uma quantidade enorme de trabalhadores. E, devido ao anúncio da expansão das fábricas de celulose, Três Lagoas tem recebido um número ainda maior de pessoas de várias regiões do país, também na esperança de conseguir um trabalho.
Ontem não foi diferente. Vários trabalhadores foram ao órgão. Marineuza Caetano da Silva disse que está desempregada há mais de um ano e que foi ao Ciat “mais uma vez” tentar uma oportunidade de voltar a trabalhar. “Eu venho aqui sempre e não consigo nada”, disse Marineuza, que veio do Nordeste e mora em Três Lagoas há cinco anos.
O soldador Moacir Filho Souza Barros disse que está desempregado há um ano. Ele também disse que vai ao local com frequência, mas também não tem conseguido emprego. “Nem bico estou conseguindo fazer. Está a cada dia mais difícil”, lamentou.