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Persona: Empresário fala de comércio e de futebol

Como o comodismo nunca fez parte da vida de Teixeira, mudou-se para Três Lagoas

Teixeira fala com prazer da empresa e da história de sua família, e se empolga quando fala de futebol - Elias Dias/JP
Teixeira fala com prazer da empresa e da história de sua família, e se empolga quando fala de futebol - Elias Dias/JP

Aos 58 anos de idade e há 30 estabelecido no ramo do comércio de materiais para construção, Antonio Carlos Teixeira é pai de sete filhos e está em seu quarto casamento. Graduado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara (SP), atuou durante um tempo na área e até montou um laboratório de análises clínicas em Andradina (SP). Como o comodismo nunca fez parte da vida de Teixeira, mudou-se para Três Lagoas e deu continuidade ao negócio do pai, no setor varejista de materiais de construção. 
De sócio da empresa a único proprietário, o comerciante tem hoje aspirações ainda maiores. 

Jornal do Povo: Há 30 anos trabalhando no mesmo segmento e na mesma cidade, qual a fórmula para a tradição?

Antonio Carlos Teixeira: Meu pai foi o pioneiro da família, quando, em 1948, decidiu abrir a loja na cidade. Antes de me fixar aqui, passei por Araraquara e Andradina, mas foi aqui que me encontrei. Fui sócio com outros quatro irmãos e há 30 anos estou no ramo. Tocar a loja sozinho foi importante na construção da minha história aqui. Hoje, meus filhos me ajudam e quero fortalecer mais ainda o meu comércio.

 

JP: Teixeira, com 58 anos de idade e mais da metade desse tempo como comerciante, como o senhor avalia o cenário político e econômico brasileiro?  

Teixeira: É lógico que agora estamos passando por um momento delicado na economia e na política em todo o País, mas temos que enfrentá-la. E digo mais: ouço falar em crise há 58 anos. Em casa, meu pai sempre dizia que precisava economizar e que o dinheiro estava curto aquele mês. Aprendi  poupar um pouco todo dia para nunca ficar apertado. 

Nós [empresários] precisamos ter algumas estratégias para driblar a crise e não nos acomodar. No final dos anos de 1980, com o Plano Cruzado, o Brasil também atravessou uma crise como essa, e não sobrevivemos? Pois então!

 

JP: Estabelecido no comércio local ao menos há três décadas, ainda encontra fôlego para mais empreendimento?

Teixeira: Sim, claro! A Tietê Material Para Construção vai inaugurar no ano que vem uma nova loja, mais ampla e voltada para outro público alvo. A atual loja atende os clientes das classes sociais C e D e que não comporta a chegada de outra linha de produtos. A proposta deste novo estabelecimento é oferecer materiais mais refinados para a construção civil e com estacionamento. 

 

JP: Não tem como desassociar o Teixeira empresário do Teixeira diretor do Misto Futebol Clube. Conte um pouco sobre sua carreira no clube.

Teixeira: Entrei na diretoria do Misto em 2011 a convite de outros profissionais ligados ao clube. Na época, o Misto havia acabado de se tornar campeão estadual da série B e eu ingressei na diretoria como vice-presidente do clube. Fiquei até 2014, quando pedi para deixar o cargo. Em 2015 fui convidado para ser o presidente e para mim foi uma honra dirigir um time na série A. Ao final do campeonato estadual, decidi renunciar e nunca mais me envolver com o futebol. Desde então estou afastado.

 

JP: E o desejo em reassumir existe?

Teixeira: É claro que ‘uma vez no futebol, para sempre no futebol’. Isso é vício, viu? Não posso dizer que nunca voltaria ao Misto. Sou um apaixonado pelo clube e pelo esporte.

 

JP: Qual foi o dia em que o Misto mais te marcou?

Teixeira: No campeonato deste ano, quando venceu o Serc Chapadão [Sociedade Esportiva e Recreativa Chapadão], fora de casa, no campeonato estadual. O Misto entrou ganhando e dominou todo o jogo. A partir dessa vitória, eu pensei que o Misto ia despontar e até acreditei que seria campeão, mas perdeu no jogo seguinte por 5 a 0 para o Costa Rica que, ao contrário do Serc, não era nada favorito no campeonato.