Os empresários de Três Lagoas continuam sem previsão de quando vão receber seus créditos pelos serviços prestados ao Consórcio UFN 3, na construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN III), da Petrobras. A esperança dos fornecedores era de que a Petrobras definisse nesta quarta-feira, 4, um cronograma de pagamento, durante reunião entre os diretores da Petrobras com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e outras lideranças do Estado, o que não aconteceu.
A Petrobras mais uma vez informou que não é responsável por esta dívida e que, o pagamento cabe ao Consórcio UFN 3, formado pelas empresas Galvão Engenharia e Sinopec. A reunião não contou com a presença da presidente da Petrobras, Graça Foster, conforme previsto inicialmente, mas sim como os diretores José Alcides Santoro Martins (Negócio de Gás e Energia) e José Antônio de Figueiredo (Engenharia, Tecnologia e Materiais). Além do governador, participaram da reunião, a prefeita Márcia Moura, o presidente da Associação Comercial de Três Lagoas, Atílio D’ Agosto, o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, eos deputados estaduais, Eduardo Rocha e Ângelo Guerreiro.
“A Petrobras pediu para que achássemos um meio de pagamento desse passivo. Eu acho que isso é possível. Semana que vem vamos ter uma reunião para ver como fazer esse encaminhamento e como fazer esse acordo para o pagamento dos débitos, que somam quase R$ 36 milhões com vários fornecedores”, disse o governador, conforme nota divulgada por sua assessoria.
Ao Jornal do Povo, o deputado estadual Eduardo Rocha disse que a Petrobras reafirma que já pagou o Consórcio, e que cabe a ele o pagamento dos fornecedores. Já que a estatal solicitou que as autoridades encontrassem uma saída para esse passivo, o deputado disse que, uma comitiva do Estado, representada pelas autoridades que estiveram na reunião de ontem e mais os senadores, devem ir à embaixada chinesa para pedir ajuda e cobrar que a Sinopec, que é uma empresa Chinesa, pague os fornecedores. Segundo Eduardo, a Sinopec é bem maior que a Petrobras e teria condições de arcar com essa dívida.
Ainda de acordo com o deputado, será solicitado que a Procuradoria Geral do Estado analise essa situação e aponte uma saída do que pode ser feito para garantir o pagamento a esses empresários de Três Lagoas e região. Embora a comitiva do Estado tenha saído da reunião sem um cronograma de pagamento, Eduardo entende que a reunião foi positiva, já que a Petrobras se colocou a disposição para encontrar uma solução junto com o governo estadual e municipal. “Eles [Petrobras] estão preocupados com a situação dos fornecedores, e se colocaram a disposição para que juntos possamos encontrar uma alternativa para o pagamento dos fornecedores”, comentou.
Ainda de acordo com o deputado, a prefeita Márcia Moura foi dura durante a reunião e ressaltou que o município e Estado foram parceiros da Petrobras doando área e concedendo incentivos fiscais para a instalação da fábrica em Três Lagoas. Eduardo disse que ainda não foi definido quando eles vão à embaixada chinesa.
Petrobras diz que vai concluir fábrica de fertilizantes, mas não deu prazo
Durante reunião realizada ontem, no Rio de Janeiro, os diretores da Petrobras confirmaram as autoridades do Estado que a fábrica de fertilizantes nitrogenados será concluída, entretanto, não deram prazo. Segundo o deputado estadual Eduardo Rocha, os diretores da estatal informaram que técnicos da Petrobras já estão fazendo levantamento de quanto é necessário para concluir a UFN III.
Após esse levantamento, que deve ser concluído em março, é que a Petrobras vai abrir nova licitação para contratar empresas interessadas em concluir este empreendimento. Eduardo comentou que a intenção da Petrobras é contratar várias empresas de médio e pequeno porte para concluir a obra.
Mesmo com a declaração de Graça Foster de que essa obra não é prioridade neste momento para a Petrobras, os diretores da estatal disseram para as autoridades do Estado que, a intenção da companhia é de que essa obra seja retomada ainda neste ano. “Eles afirmaram que essa fábrica é importante para a Petrobras e que ela será concluída sim”, disse o deputado.
A Unidade de Fertilizantes da Petrobras, orçada inicialmente em R$ 3,9 bilhões, era para ter entrado em operação em setembro do ano passado, depois adiaram para dezembro de 2014 e, posteriormente para o primeiro semestre de 2015. Entretanto, com o rompimento do contrato com o Consórcio UFN 3 no final do ano passado, a Petrobras ainda não divulgou nova data para o funcionamento desta fábrica que tem a função de diminuir a importação de fertilizantes para o Brasil. Segundo a própria Petrobras, até o momento a companhia já gastou R$ 3,21 bilhões nesta obra.