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Petrobras quer concluir UFN III, mas sem onerar a empresa

Fábrica de fertilizantes está com 80% das obras concluídas, porém, não tem data para entrar em operação

Fábrica de Fertilizantes está fora do Plano de Negócios e Gestão 2015-2019 - Arquivo
Fábrica de Fertilizantes está fora do Plano de Negócios e Gestão 2015-2019 - Arquivo

Em resposta a indagação do Jornal do Povo sobre as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras (UFNIII), em Três Lagoas, a Petrobras respondeu que objetiva sua conclusão por meio de uma reestruturação do negócio que não onere a companhia. Entretanto, não detalhou de que maneira isso será possível, e nem para quando.

De acordo com a Petrobras, o projeto da fábrica de fertilizantes de Três Lagoas tem aproximadamente, 80% de avanço físico concluído e que a estatal pretende concluir as obras, desde que não onere a empresa. As obras da UFN III estão paradas desde dezembro de 2014, quando a Petrobras rompeu o contrato com o Consórcio UFN 3, formado pelas empresas Sinopec e Galvão Engenharia, esta última envolvida na Operação Lava Jato da Polícia Federal.

Nesta semana a Petrobras apresentou o Plano de Negócios e Gestão 2015-2019 e não incluiu a conclusão da UFN III nos planos de investimentos da estatal para os próximos anos. O Plano prioriza projetos de exploração e produção de petróleo no Brasil, com ênfase no pré-sal. Nas demais áreas de negócios, os investimentos destinam-se, basicamente, à manutenção das operações e a projetos relacionados ao escoamento da produção de petróleo e gás natural. Os investimentos totais foram reduzidos em 37% quando comparados ao Plano anterior.

Segundo a própria Petrobras, a companhia já gastou R$ 3,21 bilhões nas obras de construção da UFN III. Apesar do valor bilionário gasto nesta obra, a companhia não tem previsão para concluir esta importante fábrica que terá como função diminuir a importação de fertilizantes para o Brasil. Inicialmente, a UFN III foi orçada em R$ 3,9 bilhões, e era para ter entrado em operação em setembro do ano passado, depois adiaram para dezembro de 2014 e, por último, para o primeiro semestre de 2015. No entanto, depois da paralisação das obras e rompimento do contrato, a estatal não deu mais previsão para a execução do empreendimento que está 80% concluído.

No início deste ano, a Galvão Engenharia entrou com uma ação na justiça solicitando que a Petrobras retomasse o contrato com o Consórcio para a conclusão desta obra. Ainda não existe uma decisão sobre esta ação.