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Desinvestimento

Petrobras sinaliza venda da fábrica de fertilizantes de Três Lagoas

Estatal afirma que obras de fábrica serão retomadas, mas que unidade de Três Lagoas faz parte de seu programa de desinvestimento

Instalação da unidade de Três Lagoas foi paralisada no final de 2014 - Arquivo/JP
Instalação da unidade de Três Lagoas foi paralisada no final de 2014 - Arquivo/JP

A Petrobras informou nesta semana, por meio de nota, que procura soluções para viabilizar a retomada das obras de instalação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN 3), de Três Lagoas. A conclusão da fábrica, no entanto, segundo a estatal, passará “necessariamente pelo programa de parcerias e desinvestimento já em curso na companhia”. 

A declaração significa que a empresa pretende concluir a obra e vendê-la. Em reunião realizada nesta semana com o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), o presidente da Petrobras, Pedro Parente, informou que são necessários R$ 700 milhões para concluir o projeto.

As obras foram paralisadas em dezembro de 2014, com 81% de sua realização física, segundo a Petrobras. Isso ocorreu após a estatal reincidir um contrato com um consórcio formado pelas empresas Galvão Engenharia e Sinopec Petroleum, que não teria conseguido executar a obra dentro de cronograma e valor previstos.

A Petrobras deu, anteriormente, sinalização de que não tinha interesse em operar a UFN 3 quando não incluiu a unidade no Plano de Negócios e Gestão 2015-2019. Segundo o governador, Pedro Parente disse que a estatal está em busca de “parceiro” que aporte recurso para ser sócio na conclusão da obra. “Ele deu a garantia que a Petrobras vai concluir a UFN 3. Nos próximos meses teremos o anúncio da retomada da obra”, declarou.

A chinesa Sinopec mostrou interesse em comprar a unidade quando representantes da empresa estiveram em Três Lagoas, em maio, para reunião com o secretário de Desenvolvimento Econômico, André Milton, sobre o assunto.

A fábrica, no entanto, pode ser comprada por um novo consórcio formado pela norte-americana TransGas e o grupo alemão ThyssenKrupp, que teriam manifestado interesse no projeto.
Cerca de R$ 3 bilhões já foram investidos na construção da fábrica, que tem o objetivo reduzir a dependência do Brasil quanto à importação de insumos agrícolas.