A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (14), em Três Lagoas, a operação “Aqueus” para desmantelar uma organização criminosa que atua no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Além do município, a ação ocorre em mais três cidades de Mato Grosso do Sul, sendo, Água Clara, Campo Grande, Ponta Porã. Outras 11 do interior de São Paulo, sete municípios do Paraná e Minas Gerais.
De acordo com a PF, estão sendo cumpridos 63 mandados de busca e apreensão, 23 mandados de prisão preventiva, 7 mandados de prisão temporária, além do sequestro de 13 imóveis e do bloqueio judicial de contas bancárias de 33 pessoas físicas e jurídicas.
Entre os imóveis sequestrados estão uma fazenda em Água Clara e uma casa de veraneio a beira-rio, em Três Lagoas, propriedades com valores estimados em mais de R$ 4 milhões.
A PF informou que durante as investigações, que se iniciaram em março de 2020, verificou-se a existência de um grande grupo criminoso liderado por dois moradores de Três Lagoas. Os líderes adquiriam carregamentos de droga em Ponta Porã e coordenavam, à distância, todo o transporte, a qual era armazenada em um depósito em Campo Grande.
Depois, seguia para Três Lagoas, de onde era distribuída para diversos locais do país, principalmente interior e litoral paulista, Grande São Paulo e interior de Minas Gerais.
Para a movimentação dos valores envolvidos nas negociações, a organização indicava contas bancárias de empresas de fachada para os compradores, fazendo com que o pagamento da droga chegasse diretamente ao fornecedor na região fronteiriça. Estas contas eram administradas por um núcleo especializado em lavagem de dinheiro, que prestava este tipo de serviço ilícito a diversas organizações criminosas. Foi constatado que este núcleo movimentou, em um período de 14 meses, mais de R$ 155 milhões.
O lucro dos líderes três-lagoenses era recebido por meio de veículos, dinheiro em espécie e contas bancárias de parentes próximos, que integravam a organização criminosa. Para ocultar o patrimônio, investiam, principalmente, em imóveis, que eram registrados em nome de terceiros.
Em um período aproximado de um ano (entre 2020 e 2021), os líderes da organização criminosa teriam recebido, somente em valores creditados em conta correntes de “laranjas”, mais de R$ 3,5 milhões. Estima-se que o lucro obtido com o tráfico tenha sido muito superior, haja vista os valores recebidos em espécie e bens não contabilizados.
Durante a investigação, foram presas 08 pessoas em flagrante e apreendidos aproximadamente 500 kg de drogas, além da identificação de outros carregamentos apreendidos pertencentes aos investigados.
As medidas judiciais também estão sendo cumpridas nos municípios Ribeirão Preto (SP), Guatapará (SP), Aparecida (SP), Guaratinguetá (SP), Potim (SP), Paulínia (SP), São José do Rio Preto (SP), São José dos Campos (SP), Guarujá (SP), José Bonifácio (SP), São Paulo (SP), Douradina (PR), Sarandi (PR), Maringá (PR), Maria Helena (PR), Colombo (PR), Laranjeiras do Sul (PR) e Baependi (MG).
O nome da Operação advém da famigerada Guerra de Troia. Segundo a história, o povo Aqueus (como eram conhecidos os cidadãos das cidades-estado da Grécia antiga), venceu de forma estratégica e inteligente a cidade de Troia, com destaque à batalha entre Aquiles e Heitor, na qual Heitor padece sob a lança de Aquiles, líder dos Aqueus. Um dos principais investigados da operação possui o mesmo prenome do derrotado príncipe de Troia.
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