Cerca de 300 rurais devem ir a Brasília (DF), dia 4 de abril, para uma manifestação contra a cobrança retroativa de depósitos do Funrural e pela aprovação da securitização de dívidas do setor, que chegam a R$ 280 bilhões. De acordo com a UDR (União Democrática Ruralista), o movimento “Brasil Verde e Amarelo” não tem objetivo político nem é de pressão ao Supremo Tribunal Federal (STF) na votação de um habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente Lula, também prevista para a data.
Outros movimentos populares, como o Vem Pra Rua, MBL, Movimento Brasil 200, estão lideram protestos em todo Brasil, na véspera, para cobrar do Judiciário maior rigor e austeridade contra a corrupção no país e a prisão de Lula.
Segundo o presidente da UDR, Nabhan Garcia, o movimento dos produtores é independente e ligada ao setor rural. “Já estamos sabendo destes outros movimentos, mas nossa manifestação já está bem definida. É uma manifestação de produtores e não estamos focando essa questão do Lula. Embora muitas pessoas queiram isso, foge totalmente do nosso foco”, afirma.
Em entrevista à Rádio CBN 93,7 MHz, Garcia disse que a cobrança retroativa do Funrural chega a R$ 30 bilhões e que os produtores não querem o Refis sobre esse montante e nem vetos no acordo, mas que seja cumprida a Resolução 15, de 2017, do Senado Federal, que pôs fim à cobrança.
Ele ainda criticou entidades como a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a Frente Parlamentar do Agronegócio e políticos ligados ao agrosetor. “Não podemos nos submeter à vontade e aos interesses escusos de falsos parlamentares que dizem nos representar”, ressalta.
Para o presidente da UDR, essas entidades têm interesses na aprovação dessa cobrança, pois recebem percentual desse dinheiro.