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Professores da rede estadual prometem greve

Professores e funcionários da rede estadual não aceitaram proposta do governo, e deliberaram greve a partir do dia 27

Em Três Lagoas, mais de 8,8 mil alunos ficarão sem aulas nas 12 escolas estaduais - Elias Dias/JP
Em Três Lagoas, mais de 8,8 mil alunos ficarão sem aulas nas 12 escolas estaduais - Elias Dias/JP

Os professores e funcionários da Rede Estadual de Ensino decidiram ontem, 22, em Assembleia Geral na sede da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), em Campo Grande, recusar a proposta do governo de 4,37% de reajuste, e deliberaram greve geral, que começará a partir da próxima quarta-feira 27, em todo Estado.

Por decisão praticamente unânime, a categoria decidiu paralisar todas as atividades nas escolas estaduais na próxima semana e por tempo indeterminado.

Antes da paralisação os professores vão entregar aos alunos, uma carta destinada aos pais, explicando o motivo da greve e pedindo a compreensão dos pais. Em Três Lagoas, são 12 escolas estaduais, que atendem a mais de 8,8 mil alunos.

Um documento foi protocolado e enviado ao governo. No conteúdo a categoria diz não aceitar o reajuste oferecido de 4,37 para os professores e nem o ‘zero de reajuste’ para o administrativo.

Quinze trabalhadores da educação formaram a delegação três-lagoense,que viajou ontem para participar da assembleia.A presidente do Sinted de Três Lagoas, Maria Diogo,explicou que o clima da categoria é de união. “Ninguém concorda com esse reajuste e o fato de querer dilatar o nosso prazo de política salarial. Desde janeiro estamos negociando, o governo teve tempo para apresentar uma proposta melhor. Tivemos que recorrer para a última alternativa: a greve”.

Na quarta-feira, segue novamente uma delegação de trabalhadores de Três Lagoas para Campo Grande. Os profissionais vão se juntar a outros representantes da categoria para acampar em frente à governadoria do Estado.

Maria Diogo garantiu que os alunos não serão prejudicados pela greve, independentemente do período de duração. “Os alunos não podem ser prejudicados, eles vão ter sim 200 dias letivos e 800 horas de aulas. Vamos repor todas as horas perdidas, durante a greve”.

COBRANÇA

Os trabalhadores da educação cobram os 10,98% de reajuste salarial – a porcentagem que falta para integralizar os 25,42% conforme assegura a Lei 4.464/2013 -, o pagamento de 1/3 da hora-atividade e um reajuste aos funcionários administrativos da educação, que possuem sua data base em maio.

REPOSTA GOVERNO

Em entrevista ontem, na inauguração de um hospital na capital, o governador Reinaldo Azambuja disse que irá recorrer à Justiça para anular a Lei 4.464/2013, que dobra os salários dos professores até 2018, estabelecendo o piso salarial do magistério para 20 horas semanais.

Sobre a decisão de greve da categoria a partir do dia 27, Azambuja disse que respeita a deliberação da Fetems, mas considera uma  radicalização da parte dos professores. “O Estado tem o terceiro maior piso do país e propomos a integralizá-lo para 20 horas até 2022, que daria para cumprir, diferente da legislação atual”, disse.