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Três Lagoas

Projeto de expansão da Eldorado Brasil pode ser retomado por multinacional

Paper Excellence diz que se mercado for positivo vai concluir projeto da segunda linha de celulose na cidade

Paper Excellence vai avaliar evolução do mercado antes de decidir sobre retomada de projeto - Arquivo/divulgação
Paper Excellence vai avaliar evolução do mercado antes de decidir sobre retomada de projeto - Arquivo/divulgação

A Paper Excellence, empresa de celulose com sede na Holanda, e que comprou quase 50% da Eldorado Brasil, do grupo J&F Investimentos, em setembro do ano passado, vai analisar as condições de mercado para decidir sobre o projeto de expansão da fábrica de celulose de Três Lagoas.

Em nota encaminhada ontem ao Jornal do Povo, a Paper Excellence diz que já adquiriu 49,4% das ações da Eldorado, com desembolso de R$ 3,84 bilhões, embora continue como minoritária. A empresa aguarda o momento de concluir a transação para aquisição do controle total do ativo. 

A Paper Excellence tem até setembro deste ano para finalizar a compra. As conversas com os bancos asiáticos, segundo a empresa, estão progredindo.  “Atualmente, a Paper Excellence está focada em assumir o ativo por completo e operar a empresa”, diz a nota.

A multinacional pagará R$ 15 bilhões pela Eldorado. O presidente-adjunto da empresa, Pedro Chang, destacou que a compra da indústria foi uma oportunidade “de ouro” para entrar no Brasil com uma fábrica de 1,7 milhão de toneladas por ano já em operação.

EXPANSÃO
Ainda de acordo com a multinacional, no futuro, a depender das condições do mercado, a empresa decidirá sobre o projeto de expansão da fábrica de Três Lagoas.  “Se as condições de mercado forem positivas, as chances são altas que a empresa irá implementar o projeto Vanguarda 2”, ressalta.

As obras de expansão da Eldorado foram paralisadas no final de 2016 e, praticamente nem saíram do papel.  A J&F trabalhava inicialmente para concluir e colocar em operação a fábrica de celulose neste ano. Depois, adiou para 2019, e por último, para o início de 2020. A paralisação das obras ocorreu por falta de recursos e dificuldades de obtenção de financiamento para o investimento de R$ 8 bilhões.

A saída foi a venda da fábrica depois dos donos da J&F, Joesley e Wesley Batista, terem os nomes envolvidos em esquema de corrupção, que levaram os irmãos para a cadeia.

PRODUÇÃO
No  mês passado, o Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul) autorizou a Eldorado aumentar a produção para 1,7 milhão de toneladas de celulose – 17% mais que sua capacidade inicial de 1,5 milhão de toneladas. 

“O mercado, que é prioritariamente de exportação, segue positivo em 2018. Com crescimento da demanda de fibra curta, a Eldorado mantém uma performance forte, graças à uma equipe técnica qualificada, que permite elevar a produção em nossa linha atual sem a necessidade de grandes investimentos”, afirmou Fabio Nakano, gerente geral de fábrica.

No mês passado, a Eldorado Brasil anunciou também aumento de 30 dólares no preço de sua celulose em todas as regiões: Europa, América do Norte e China, e de 40 dólares para a Coreia do Sul.