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Projeto “Mãos Livres” atende seis internos da penitenciária de TL

Cerca de 120 internos trabalham na unidade prisional de Três Lagoas

Solenidade de inauguração da unidade de trabalho com a proprietária da Gimbra Lavanderia, Erli de Souza Bimbo e o Diretor da Penitenciária, Eidimar Prado de Freitas - Elias Dias/JP
Solenidade de inauguração da unidade de trabalho com a proprietária da Gimbra Lavanderia, Erli de Souza Bimbo e o Diretor da Penitenciária, Eidimar Prado de Freitas - Elias Dias/JP

Foi inaugurada nesta quinta-feira, a unidade de trabalho para detentos na Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas, uma parceria da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a empresa Gimbra Lavanderia.

O projeto denominado “Mãos Livres” vai atender inicialmente seis internos que vão trabalhar, a partir do dia 2 de janeiro de 2015, na lavanderia, localizada dentro da penitenciária. O trabalho será remunerado e, a cada três dias trabalhado, o recluso tem um dia descontado de sua pena.

A lavanderia conta com cinco equipamentos:duas lavadoras, uma com capacidade para 100 Kg e outra com 200 Kg, uma centrífuga e uma secadora. O investimento para implantação do projeto foi de aproximadamente R$ 250 mil, com a aquisição dos equipamentos e adequação do local para as atividades. A empresa pretende expandir o maquinário brevemente.A previsão é de aumentar a mão de obra para 20 detentos.

A unidade prisional conta atualmente com 614 detentos, dentre eles 120 trabalham: 14 na cozinha da unidade, 17 fabricam cadeiras de áreas e o restante trabalham na limpeza, pintura e outras atividades voltadas para manutenção do prédio.

Para o diretor da Penitenciária, Eidimar Prado de Freitas o objetivo do projeto é a ressocialização do interno e acabar com o ócio, tão comum entre os detentos. ”Para 2015 estamos estudando outros projetos similares a esse para serem desenvolvidos.”

Em 2014, a parceria da unidade com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) possibilitou a formação de 80 reeducandos, nos cursos de assentamento de piso cerâmico e pintura.

Erli de Souza Bimbo, proprietária da Gimbra, empresa que já executa um trabalho semelhante na cidade de Ipatinga, Minas Gerais, explicou o porquê do nome “Mãos Livres”.  “Quando estive na penitenciária em Ipatinga, me chamou a atenção ver todos os detentos caminharem por todos locais da unidade com as mãos e pés presos, trabalhando no projeto, ele terá as mãos livres”.

Como clientes, a empresa contará com várias indústrias da cidade que já firmaram parceria por meio de contratos.

Giliard Silveira da Costa, recluso há um ano e três meses, por tráfico de drogas, trabalhou nos setores de manutenção do prédio, cozinha, marcenaria antes de chegar à lavanderia. “Trabalhar dentro do presídio é uma oportunidade de ocupar a minha mente, porque quando estamos presos, somos esquecidos pelas pessoas do lado de fora, trabalhando além de ganhar um dinheiro e diminuir a pena, vejo  o tempo passar mais rápido”. Giliardainda tem três anos de reclusão para cumprir.

Para ser um dos selecionados para trabalhar dentro da penitenciária o detento precisa atender alguns quesitos, como bom comportamento, seis meses de reclusão, entre outros itens. O reeducando também passa por uma avaliação composta por profissionais da unidade, que ponderam se ele está apto ou não para exercer as atividades.