Em razão da quantidade de haitianos que existem em Três Lagoas e da dificuldade que eles têm para falar o português, a Rede Municipal de Ensino passou a oferecer aulas de em língua portuguesa para eles. O projeto voltado para os haitianos começou no ano passado na escola Professor Élson LotRigo, localizada no Jardim Oiti.
De acordo com a professora responsável pelo projeto, Patrícia Ferreira de Brito, o projeto foi iniciado em razão da procura. “Alguns haitianos, inclusive, com nível superior, passaram a frequentar a sala de aula no ensino regular. Entretanto, em razão das dificuldades que eles tinham em compreender a língua portuguesa, acabavam não recebendo a atenção especial que do professor. Foi aí que enviamos um projeto para a Secretaria de Educação, o qual foi aprovado para darmos aula apenas para os haitianos”, explicou a professora.
Patrícia disse que o projeto começou com uma turma, mas a procura foi tão grande que teve que abrir mais uma sala para atender os haitianos. O projeto foi iniciado em maio do ano passado e mais de 100 haitianos já passaram pela escola. As aulas neste ano foram retomadas na semana passada, e 15 alunos já estão matriculados. “Muitos se matriculam no decorrer do curso”, comentou.
&saibaAlém da língua portuguesa, os haitianos recebem ainda informações relacionadas às questões culturais e sociais do Brasil e de Três Lagoas. “É preciso trabalhar isso com eles, porque é um choque cultural, a cultura daqui é diferente da deles. Explicamos sobre nossas tradições, como o Carnaval, Natal, festas juninas…enfim, tudo isso é diferente dos costumes deles”, destacou a professora.
Vários haitianos estão em Três Lagoas trabalhando na área da construção civil, em restaurantes, em depósito de materiais da construção civil, entre outros setores. Eles alegam que vieram para o município em busca de trabalho, já que no país deles, não existem vagas disponíveis com certa frequência. Alguns dos haitianos que estavam na escola disseram que pretendem trazer a família para morar em Três Lagoas. Outros já trouxeram. Tanto que existem duas haitianas estudando na escola também.