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Seilog

Rodovias terão pavimento de concreto, garante secretário de Infraestrutura

Realiza estudos para melhorar a durabilidade da pavimentação em trechos de rodovias estaduais com tráfego pesado intenso

Secretário  Hélio Peluffo, titular da Secretaria de Infraestrutura e Logística - LSSCOM/CBN-CG
Secretário Hélio Peluffo, titular da Secretaria de Infraestrutura e Logística - LSSCOM/CBN-CG

Opavimento rígido como é chamado tecnicamente, que utiliza um revestimento composto por placas de concreto ao invés de asfalto (pavimento flexível), custa 25% mais, em média, mas tem durabilidade entre 30 e 40 anos, conforme explicou o secretário estadual de Infraestrutura e Logística (Seilog), Hélio Peluffo. Além de maior vida útil, as rodovias de concreto exigem menos intervenções de manutenção, auxiliam na difusão de luz, ou seja, no período noturno podem auxiliar a iluminação das vias e ainda proporcionam mais aderência entre o pneu dos veículos e o pavimento, contribuindo para reduzir acidentes de trânsito. O titular da Seilog revelou nesta semana ao Jornal CBN Campo Grande que tem promovido estudos para que as rodovias de Mato Grosso do Sul tenham maior custo-benefício aos usuários. Acompanhe alguns trechos da entrevista:

No início do ano o senhor renunciou o cargo de prefeito de Ponta Porã, para o qual foi reeleito pela população, para assumir a Seilog. Por que tomou essa decisão?

Hélio Peluffo Eu sempre tive um sonho de ajudar o meu estado. Um dia, eu falei: ‘eu quero ajudar o meu estado’. Com toda a humildade, com todo o apoio do governador, nós viemos aqui para somar, ajudar esse governo que tem uma característica municipalista e a partir da minha experiência sobre a gestão municipal, por conhecer a dor dos prefeitos. Eu vinha à Campo Grande pedir pela minha cidade. Eu vinha e sentava nos corredores das secretarias e ficava esperando. Esperava nos corredores. Eu costumo dizer sempre: ‘vinha com o pires na mão e muitas vezes saía sem o pires’. Hoje mudou. O governo vai até o município. O Estado ouve a demanda do prefeito, do vereador, da liderança, dos produtores, dos empresários. Se quebrou um paradigma antigo e se construiu uma nova maneira de fazer política e de gestão. Hoje nós temos investimentos nas 79 cidades de MS e o governador Eduardo Riedel vai cuidar dos 79, indistintamente da cor partidária.

 

Sobre desenvolvimento regional, vemos que o município de Ribas do Rio Pardo enfrenta situação semelhante ao que aconteceu em Três Lagoas anos atrás, com a chegada da industrialização, quando não havia infraestrutura urbana e rural adequada. Como resolver agora e evitar que isso se repita no município de Inocência? 

HÉLIO PELUFFO Nós estamos aportando dentro de Ribas. As indicações do prefeito têm sido atendidas. Ele é uma pessoa de fácil diálogo, todas as secretarias estão procurando atendê-lo. Em Inocência, nós estamos fazendo um piloto em função do que aprendemos em Ribas. Estamos levando experiências boas e ruins para mitigar o problema de Inocência onde o empreendimento industrial da Arauco soma 3,5 bilhões de dólares. Conversamos com o prefeito Toninho e com a Arauco. Para fácil compreensão, é como se fosse um elástico, que vai esticar até 12.500 funcionários no pico da obra. Esse elástico vai esticar, depois ele volta ao seu tamanho de  2.500 funcionários, que será o total de trabalhadores fixos da indústria. Então, você não pode criar serviços, prédios públicos em demasia, que depois você não vai usar. As 2.500 pessoas que vão trabalhar definitivamente na empresa, é um outro patamar, um outro salário, outra característica, outro perfil, vem com família e se instala na cidade. Para essa situação é preciso fazer o planejamento de logística, de acessibilidade, principalmente na questão habitacional, que é um grande problema no estado. Porque a primeira coisa que acontece quando o município recebe esse contingente de trabalhadores é que o aluguel sai de X e vai para 10X, porque não há oferta que atenda a essa demanda altíssima de uma hora pra outra.  

Estamos atentos à tudo isso. Teremos que fazer um investimento robusto, por exemplo, na MS-377, para o escoamento de toda essa safra. Paralelo à isso, a logística tem que ser pensada junto com a Suzano, que vai criar uma linha férrea saindo de Ribas do Rio Pardo, chegando até Inocência, com um modal para chegar até a Ferronorte, que atravessa o Mato Grosso. Isso tudo tem que estar acordado antes com a empresa, para que  o Estado cuide do planejamento da logística. Aquela região era uma região de um cerrado baixo. Onde você tinha gado e no máximo você transportava sobre aquelas rodovias era caminhão boiadeiro 24 bois. Hoje, passa por lá carreta com 70, 80, 90 toneladas. O permitido é 52. Mas o trânsito interno no Estado de Mato Grosso do Sul está acima da pesagem. Então, as estradas não suportam. Nós estamos transformando o pavimento. 

 

Em rodovias de outros estados e nos países desenvolvidos, nós temos a pavimentação de concreto. Em MS nós temos o asfalto que deforma com o peso das cargas. Isso já está sendo pensado para o estado?

Hélio Peluffo O Governador já determinou e a Seilog já está com estudo e projeto em andamento para a primeira implantação de pavimento rígido em Mato Grosso do Sul. O pavimento flexível, o asfalto, tem uma durabilidade de 10 anos, 15 anos conforme a manutenção. Um pavimento rígido, que utiliza concreto, custa entre 22% e 25% mais caro que um pavimento flexível, porém, a durabilidade dele pode chegar a 40 anos. O que nós precisamos fazer? Encontrar o centro de custo de quanto aquela rodovia custa em manutenção durante 10, 20 anos e subtrair desses 25%. É a viabilidade econômica. Hoje, o contorno viário de Cascavel é todo em pavimento rígido. O Paraná está fazendo isso muito. O Mato Grosso está fazendo isso. E nós vamos fazer aqui.

 

E a abertura de novos caminhos pelo interior do Estado, aonde teremos novas estradas?

HÉLIO PELUFFO Nós estamos em vários lugares. Na MS-214, que é lá em cima, nós estamos fazendo isso aí. Nós temos uma ligação ali no porto Esperança que é para chegar até mineradora, que saiu de 800 mil toneladas de extração de minério de ferro e vai passar para 12 milhões. Nós estamos erguendo o aterro em estradas que já estavam implantadas. E, sempre, respeitando o fluxo das águas. Nada é feito no achismo. Em alguns trechos você tem aterro. Mas são estradas que já eram existentes, já estavam planejadas. Eram caminhos de anos por meio do pantanal. Há quem ache que estamos represando o Pantanal. Não, não é isso. Estamos respeitando o ciclo das águas do Pantanal. Isso foi pensado. Tem todo um caminhar técnico por trás desse trabalho, um trabalho que começa bem antes, ouvindo primeiro quem está lá na região. Quem necessita da obra e depois entramos com projetos que prevêem o menor impacto ambiental possível. 

 

MS é campeão no atropelamento de animais silvestres. Isso está sendo levado em conta para respeitar os corredores ecológicos permitindo a passagem dos animais em segurança? 

HÉLIO PELUFFO O governador Eduardo Riedel criou o manual do Estrada Viva que são os conceitos de como é que deve ser feita uma rodovia, com passagem de animais, cercamento para conduzir o animal até aquela passagem, há uma série de ações  previstas, inclusive algumas passagens até aéreas, com telas para a passagem de várias espécies, como os macacos. Tudo isso está dentro do manual. Nós entregamos esse manual a cada projetista do Estado de Mato Grosso do Sul. E a Seilog determinou que nenhum projeto de restauração de pavimento ou de implantação de pavimento seja feito sem respeitar as passagens de animais. Só que eu preciso que alguém me aponte onde acontece isso. Na elaboração do manual   Estrada Viva algumas entidades apontaram para a secretaria onde é que devem ser feitas essas intervenções para proteger a fauna, porque a Seilog não sabe. Um instituto  de pesquisa e defesa ambiental trouxe um mapa apontando onde esses animais passam com maior constância. E nesses pontos apontados por eles nós vamos fazer a intervenção.