Seca severa pode zerar produtividade da soja em alguns municípios de MS

A estiagem severa que atinge Mato Grosso do Sul, provocada pelo fenômeno climático La Niña, tem causado prejuízos em produções agropecuárias. Na cultura da soja, que está se desenvolvendo nas lavouras, por exemplo, já são esperadas perdas consolidadas de produção.

“Nesses municípios de solos mais arenosos, onde os produtores fizeram a semeadura antecipada, a gente já tem produtividade muito prejudicada porque a soja não conseguiu nem colocar vagem. E isso faz com que o sojicultor tenha, realmente, produtividade muito abaixo da expectativa, até mesmo zerada, como já tivemos relatos”, explica o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja MS), André Dobashi.

As perdas serão contabilizadas durante os próximos sete dias por técnicos do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (SIGA MS), ainda segundo Dobashi. No entanto, de acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, a estimativa é de que sejam colhidas menos de 58 sacas por hectare.

“Seria uma safra recorde porque nossa área plantada é a maior da história, com 3,8 milhões de hectares. Portanto a previsão era colher 12,7 milhões de toneladas de soja, mas isso já não deve ocorrer. Não temos estimados o tamanho das perdas, os técnicos sairão agora a campo fazer esse estudo, porém em algumas lavouras da região Sul, que concentra 65% da área plantada com soja, já tivemos perdas consolidadas”.

A situação de estiagem deve continuar, segundo o Monitor de Seca da Agência Nacional de Água (ANA). Segundo o secretário adjunto da Semagro, Ricardo Senna, todos os municípios estão enfrentando seca de moderada a extrema. “As chuvas estão entre 40 a 50% abaixo da média histórica e a tendência é essa situação perdurar até março”.