Em dezembro, o governo federal vai lançar o Plano Nacional de Fertilizantes. O objetivo é reduzir a dependência do Brasil de fornecedores internacionais. Atualmente, em média, cerca de 85% dos fertilizantes usados no Brasil são importados.
A meta do governo federal é reduzir a importação em torno de 60% com o plano que será lançado. No mês passado, o presidente Jair Bolsonaro alertou para um possível desabastecimento em 2022 devido à falta de fertilizantes causada pela diminuição da fabricação chinesa. Na ocasião, o presidente adiantou que o governo federal iria lançar um plano emergencial voltado à produção de fertilizantes.
Segundo o governo federal, a agricultura, uma das principais bases da economia brasileira pode ficar comprometida com a uma possível interrupção internacional no fornecimento dos fertilizantes.
Para o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, o plano que será lançado pelo governo federal pode ser uma excelente oportunidade para venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), da Petrobras, em Três Lagoas. “ Temos mercado interno, dependência de Importação e um plano de fortalecimento da indústria no Brasil”, comentou.
O Plano prevê incentivos fiscais e tributários a fabricantes; mapeamento de áreas com reservas minerais a serem exploradas e exposição desses potenciais para a iniciativa privada; desburocratização de toda a cadeia de produção, abertura de linhas de crédito especiais para investidores do setor, entre outros benefícios.
Os incentivos previstos no plano, bem como a demanda brasileira pelo produto, são considerados fatores importantes para destravar a venda da UFN 3, que teve a obra paralisada em dezembro de 2014 após a Petrobras romper o contrato com o Consórcio responsável pela construção da fábrica que, na época, já havia consumido mais e R$ 3 bilhões.
A Petrobras colocou a UFN 3 à venda em setembro de 2017, alegando que não tinha mais interesse em seguir no seguimento de fertilizantes. A Acron Group, empresa com sede na Rússia, manifestou interesse na compra da fábrica, mas depois desistiu da compra diante do empecilho para o fornecimento do gás natural, que viria da Bolívia. O gás natural é a principal matéria prima para a fabricação dos fertilizantes.