Veículos de Comunicação

Oportunidade

Sem emprego, cresce número de pessoas em situação de rua em Três Lagoas

Nos cinco primeiros meses, quase mil atendimentos foram realizados pelo município

Unidade de Acolhimento passou a funcionar no prédio do antigo Abrigo Poço de Jacó  - Elias Dias
Unidade de Acolhimento passou a funcionar no prédio do antigo Abrigo Poço de Jacó - Elias Dias

O número de moradores em situação de rua em Três Lagoas aumentou consideravelmente nos últimos meses, se comparado ao ano passado. De janeiro a maio deste ano, foram realizados 996 atendimentos a moradores em situação de rua na Unidade de Acolhimento para Adultos e Famílias de Três Lagoas. De maio, quando a unidade entrou em funcionamento após o reordenamento do albergue municipal, até dezembro de 2014, foram realizados 300 atendimentos no local.

De acordo com a diretora do Departamento de Proteção Social Especial da Secretaria de Assistência Social, Mara Carrara, os atendimentos oferecidos na Unidade de Acolhimento para Adultos são destinados às pessoas que vivem em situação de rua. “São pessoas que não fizeram opção de morar na rua, não tem vínculo rompido com a família, mas que vierem para Três Lagoas a trabalho, ou ficaram desempregadas, não receberam o salário, ficaram sem dinheiro, ou seja, estão em uma situação de rua, e não são moradores de rua”, explicou.

A diretora informou que, essas pessoas quando estão em situação de rua, são acolhidas na unidade, recebem diversos atendimentos, alimentação e até encaminhamento para um novo emprego, ou passagem para retornar a cidade de origem. O período em que a pessoa fica na Unidade de Acolhimento, segundo Mara, depende de cada situação, podendo ficar de três dias, até três meses.

De acordo com a diretora, o aumento no número de moradores em situação de rua em Três Lagoas, deve-se a propagação de que, no município há emprego. “Nós temos aqui uma situação atípica de outros Estados do país. Três Lagoas é uma cidade que tem empregos, tem investimentos, mas passamos por um período em que as fábricas deixaram de contratar e agenciar essas pessoas para trabalhar, principalmente com a parada das obras da UFN III. Então, muitas pessoas ficaram em situação de rua. Não são moradores de ruas, mas ficaram em situação de rua. Existem aqueles que, ás vezes, sai de casa para usar droga, fica um dia, ou mais fora, mas depois retornam”, ressaltou.

MORADORES DE RUA

Mara informou que os moradores de ruas são poucos na cidade e que a Secretaria de Assistência Social conhece cada um deles. Atualmente, de acordo com a diretora, existem apenas quatro moradores de rua na cidade. “Nós temos o nome de cada um, diariamente é feito um trabalho com eles, mas é uma opção deles morarem nas ruas. Muitos moradores de rua têm casa, família, mas por opção, prefere continuar morando na rua. É feito um trabalho com eles, oferecido emprego, tratamento para que deixem os vícios das drogas e álcool, mas é difícil, porém nós não desistimos”, comentou Mara.

No entanto, de acordo com a diretora, existem casos de pessoas que moravam nas ruas e que, após o tratamento e recebimento do atendimento oferecido pela política da Assistência Social, conseguiram se ressocializar, voltar ao convívio familiar e arrumar um emprego. 

De janeiro a maio deste ano, o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) de Três Lagoas, realizou 464 atendimentos para  moradores de rua. Desse total, 446 foram atendimentos com passagens. Mara informou que, 38 pessoas foram atendidas através de abordagem da equipe social.

LOCAL
Ontem, o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) e a Unidade de Acolhimento para Adultos e Famílias (Unidade POP) do Município passaram a funcionar no prédio do antigo Abrigo Poço de Jacó, no bairro Santa Terezinha, conforme preconiza a nova política de assistência social do governo federal. A unidade tem capacidade para abrigar 40 pessoas. Atualmente, 16 pessoas estão no local.