Um impasse entre o governo do Estado e a cervejaria Cidade Imperial pode impedir a instalação de uma filial da empresa em Três Lagoas. Em reunião realizada nesta semana com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, José Aparecido de Moraes, e o diretor da secretária, Marcus Vinicius, o empresário Cléber Faria informou que a confirmação do projeto depende da concessão de incentivos fiscais pelo Estado para a comercialização dos produtos.
A reunião foi realizada em Frutal (MG), onde Faria comprou e investe em uma cervejaria – a primeira filial de sua empresa.
De acordo com Moraes, o empresário disse que mantém negociação com o governo, com pedido de incentivos fiscais já concedidos a outras empresas do ramo. E que o projeto da filial três-lagoense, orçado em R$ 320 milhões e capacidade de geração de 300 empregos diretos, não foi descartado.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, declarou em setembro deste ano, em Três Lagoas, que a concessão de incentivos estava definida, mas que a empresa ainda negocia os incentivos para a comercialização de cervejas. Ainda segundo Verruck, o governo se comprometeu em cancelar incentivos dados anteriormente a empresas concorrentes. Mas, Cléber Faria não teria aceito.
Durante a reunião desta semana, o empresário teria afirmado que, juridicamente, o Estado não pode retirar incentivos antes do fim do prazo firmado com as empresas.
Moraes disse que deve procurar o governo do Estado, nos próximos dias, para tentar solucionar o impasse.
Em julho de 2018, a prefeitura doou uma área de 320 mil metros quadrados, em local privilegiado e estratégico, para a instalação do empreendimento de Cléber Faria. A área fica às margens da rodovia BR-158, na saída da cidade para Brasilândia. Também concedeu redução da alíquota de ISS (Imposto Sobre Serviços) de 5% para 2% pelo período da construção da filial.
Desde o anúncio do projeto, em 2017, o empresário não responde a pedidos de entrevista, da reportagem, nem autoriza diretores da darem informações.
Com isso, Três Lagoas, conhecida nacionalmente pela produção das indústrias de celulose e com uma fábrica de fertilizantes prestes a ser retomada, corre o risco de perder a oportunidade de ter sua primeira fábrica de bebidas.