O setor imobiliário vive um momento de grande expectativa sobre o comportamento da economia nacional, especialmente de olhos nos resultados da economia. A previsão de alta de 3% do PIB (soma das riquezas do país), em 2018, anima investidores e operadores do mercado, as imobiliárias. O empresário Antônio Alves de Souza, o "Toninho" da Imobiliária Daterra, é um dos esperançosos na recuperação econômica do país e de seu setor, neste ano.
Em entrevista ao "Cenário RCN – Desafios e Perspectivas 2018" -, nova série de programas do Grupo RCN de Comunicação com personalidades e autoridades de Três Lagoas e Paranaíba, Toninho Daterra disse que seu setor passou "por dois sustos" nos últimos anos. Um deles foi a retração de negócios, que gerou uma desvalorização principalmente do aluguel e, agora, o outro, com a possibilidade de crescimento econômico do país três vezes mais que o resultado previsto para 2017.
Toninho ainda fala da necessidade de crescimento da infraestrutura básica para a concretização de empreendimentos e obras.
Jornal do Povo – Qual a situação atual do mercado imobiliário?
Toninho – Todo investimento do setor imobiliário necessita de um acompanhamento, de andar junto com o setor público. Isso aqui em Três Lagoas ou em qualquer outra cidade. No ano passado, o setor imobiliário sofreu um susto com a incerteza dos investimentos externos no Brasil. Sofreu um susto na hora de buscar um recurso em banco e o banco sofreu um susto para liberar financiamentos. Essa situação mudou um pouco no segundo semestre.
JP – O mercado financeiro não está confiante no setor imobiliário?
Toninho – Nós, aqui em Três Lagoas, temos uma situação pouco diferente. A cidade depende de câmbio devido à exportação acentuada de celulose. O dólar influencia no crescimento do setor imobiliário de Três Lagoas e isto baliza os investimentos, sempre ligados ao setor financeiro.
JP – Em Três Lagoas houve crescimento em 2017?
Toninho – O mercado de Três Lagoas oscila de acordo com a execução de grandes obras do setor industrial. Se existe uma grande obra, o mercado reage positivamente. Finalizando uma grande obra, engenheiros, técnicos e executivos de salários mais elevados, são levados para outras cidades e o mercado local sofre uma retração.
JP – Há algum exemplo recente desse efeito?
Toninho – Sim. O edifício Ramez Tebet, que é de padrão mais elevado, teve alta procura durante as obras da segunda fábrica da empresa Fibria. Com o final das obras, a procura caiu cerca de 45%. Esse é um efeito.
JP – É no desenvolvimento industrial que o setor imobiliário mais acredita aqui na cidade?
Toninho – Os ganhos do setor imobiliário vem sendo alterados ano a ano. Hoje, por exemplo, temos estoque de imóveis.
JP – Há sobras?
Toninho – Os investidores acreditaram muito na industrialização da cidade. Hoje, mesmo com a expectativa de novos investimentos da indústria, não teremos a repetição do cenário que tivemos no "boom" industrial. Hoje, essa expectativa não será como a de antes. Hoje já temos imóveis para oferecer com variedade e preços diferentes.
JP – Há boa expectativa geral para o ano?
Toninho – Temos sim. Aguardamos pelo crescimento do país e, por consequência da cidade, não apenas no setor imobiliário mas em todos os setores do desenvolvimento.