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Técnica faz bois que comem menos ganharem peso em tempo reduzido

É o que revela um programa coordenado pela ANCP e pela Universidade da Califórnia dos Estados Unidos com diversas raças

Bois da raça Guzerá estão sendo testados com a nova técnica - Divulgação
Bois da raça Guzerá estão sendo testados com a nova técnica - Divulgação

Melhorar a produtividade na bovinocultura é uma busca incessante na maioria dos programas de melhoramento genético animal. Vantagens como ganho de peso diário, precocidade sexual e acabamento de carcaça são características zootécnicas que refletem no caixa.

Estudos recentes de como obter maior eficiência alimentar dos animais, por meio da redução do consumo para maximizar resultados e obter maior renda na propriedade, revelam que há animais capazes de ajudar nesse impacto econômico.

Animais que comem menos e ganham mais peso estão sendo selecionados. Isto é mais relevante quando esses resultados também interferem no meio ambiente com a redução da emissão de gás metano gerado pelo estrume dos animais.

Um estudo comparativo da prova de eficiência alimentar realizada no Centro de Performance Aldo Tonetto, na Fazenda Perfeita União, em Pirajuí (SP), que seleciona animais da raça Guzerá, mostrou números espantosos. O levantamento consolidou a importância de medir essa característica de grande impacto econômico na produção de carne a campo. 

Na seleção de bovinos de corte são necessárias estratégias para aumentar a eficiência da alimentação, mas sem sacrificar as características de desempenho, taxa de reprodução ou comprometer e prejudicar a qualidade da carcaça.

A eficiência alimentar tem como característica principal o Consumo Alimentar Residual (CAR), que traz uma diferença de consumo – medido além do que é necessário para cumprir os requisitos da manutenção e crescimento do animal.

O CAR é calculado como a diferença entre o consumo real e a quantidade de comida que um animal deve ingerir com base em seu peso médio.

Para Tonetto, a confiança na ciência contribui para o melhoramento genético do rebanho. Além da seleção focada na produção de carne feito pelos tradicionais métodos, medir a eficiência alimentar nos últimos sete anos trouxe uma enorme revolução ao criatório. “Estamos eliminando o boi ‘ladrão’, avaliar é a única forma de promover melhoramento genético e, consequentemente aumentar ganhos na pecuária de corte”, ressalta.

Na Fazenda IT, os animais testados no que chamam de IT-CAR, foram criados e recriados a pasto, com suplementação de proteinado e receberam no final uma dieta em confinamento durante 90 dias, com 14,7% de proteína e 67% de NDT (medida de energia expressa em porcentual da matéria seca). Na média consumiram 6,4 kg de matéria seca para produzir 1 kg de carcaça.

Para completar o projeto, cerca de 400 animais da raça Guzerá estão sendo genotipados e identificados marcadores genéticos para características relevantes de crescimento, temperamento, reprodução, qualidade da carcaça e carne.  Desse modo irão contribuir para o aumento da confiabilidade (acurácia) das avaliações e assim garantir os mesmos índices no gado de corte através do uso de touros com alta herdabilidade para característica de baixo consumo alimentar.

O trabalho está sendo desenvolvido com animais cruzados, filhos desses touros Guzerá que participam da prova, em vacas comerciais.