A economia três-lagoense deu pouco sinal de recuperação em fevereiro no que refere-se à geração de emprego. O município voltou a ocupar a pior posição em geração de empregos no Estado, segundo ranking do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com o fechamento de 219 postos de trabalho com carteira assinada.
Os dados do Caged foram divulgados ontem e mostram Três Lagoas na 14ª posição do ranking, abaixo de Corumbá, onde 77 vagas foram fechadas, e Paranaíba, com 47 postos a menos. Entre as três maiores cidades de Mato Grosso do Sul, Três Lagoas foi a única a não apresentar recuperação. Campo Grande, que em janeiro, também havia figurado uma das últimas posições em geração de emprego voltou para o quarto lugar, com saldo positivo de 130 novas vagas. A liderança, no entanto, ficou com Dourados, que teve 288 novos postos de trabalho gerados apenas no mês passado.
Em Três Lagoas, a construção civil permanece puxando a geração de emprego para baixo. No entanto, em fevereiro, não foi a única culpada. Das cinco principais atividades econômicas, apenas uma obteve saldo positivo de geração de empregos. O comércio, que demitiu 89 trabalhadores em janeiro, voltou a contratar e fechou o mês passado com saldo positivo de 14 novos postos de trabalho com carteira assinada. Em contrapartida, na construção civil, que permanece na liderança, foram 99 postos a menos – volume de demitidos bastante interior quando comparado com janeiro, quando 699 vagas foram fechadas.
Na contramão, a indústria da transformação, que havia gerado 222 novos empregos em janeiro, voltou a demitir e fechou 52 postos de trabalho no mês seguinte. O mesmo aconteceu com o setor de serviços, que das 59 novas vagas criadas no primeiro mês do ano, fechou 39 em fevereiro.
O aumento de demissões também foi registrado no setor da agropecuária. Enquanto que em janeiro, foram fechadas somente oito postos de trabalho, no mês passado o índice de vagas cortadas saltou para 41.
Ao todo, Três Lagoas obteve 1.741 demissões contra somente 1.511 contratações. Esse foi o pior índice apresentado desde 2008 para um mês de fevereiro, quando a indústria da transformação havia liderado as demissões. Naquele ano, a cidade havia cortado 319 vagas de emprego.
O comportamento de fevereiro também fez fez com que a economia local encerrasse o primeiro bimestre com 666 vagas de trabalho a menos no mercado. Já nos últimos 12 meses, foram mais de 9,3 mil postos de trabalho fechados no município quando somados o comportamento de todos os segmentos. O maior índice de demissões foi na construção civil, com 8,4 mil postos de trabalho fechados. O índice corresponderia a quase 10% da população local. No entanto, atingiu, principalmente, trabalhadores oriundos de outras regiões do país, desligados com a paralisação das obras de construção da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras, a Fafen.
ESTADO
Dos 14 municípios com mais de 30 mil habitantes acompanhados pelo Caged, sete conseguiram fechar com saldo positivo de emprego. Mesmo assim, esse foi o pior fevereiro desde 2003 para Mato Grosso do Sul. No mês passado, o Estado gerou 1.574 novos postos de trabalho com carteira assinada. O índice é três vezes inferior se comparado com o mesmo período do ano passado. Em fevereiro de 2014, a economia sul-mato-grossense havia gerado 4,3 mil novos empregos.